Jornal da Emater Edição 8 - page 8

EstudoMOSTRa
queonúmerode
produtoresde
leitenoRioGrande
doSuldiminuiunos
últimosdoisanos,
masnÃOaproduçãO
CÁSSIO FILTER
N
os últimos dois anos, cerca de 19
mil propriedades desistiramde ven-
der leite às indústrias no Rio Gran-
de do Sul. Em termos práticos, de
cada cinco produtores que o Estado tinha em
2015, um abandonou a atividade. A maioria
deles, de pequeno volume, com até 50 litros
por dia. Nesta faixa de produção, cerca de
40% deixaram o setor. Com isso, o rebanho
leiteiro gaúcho também diminuiu. São 101
mil vacas amenos. Estes são alguns dos prin-
cipais dados do Relatório Socioeconômico
da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande
do Sul, produzido pela Emater-RS/Ascar, com
apoio de mais de 2 mil entidades e órgãos de
todos os municípios do Estado.
Por outro lado, o estudo também mostra
que os produtores que permaneceram no
segmento ampliaram a produtividade e o
rebanho, garantindo praticamente o mesmo
volume de produção total dos anos anterio-
res no Rio Grande do Sul. A média de vacas
nas propriedades, por exemplo, passou de
13,9 para para 16,4. E a produtividade dos
animais saiu de 11,7 litros/vaca/dia para 12,6
litros/vaca/dia.
Jaime Ries, assistente técnico estadual da
Emater/RS-Ascar, considera que os produ-
tores com pouco volume tendem a se tornar
cada vez mais raros no setor. “Quem é peque-
no tem dificuldade de fazer investimentos,
tanto para a melhoria da qualidade do leite
quanto para que o trabalho fique menos pe-
noso na propriedade. A falta demão de obra é
umproblema, assimcomo a ausência de uma
sucessão familiar bemconduzida”, aponta ele,
lembrando que o baixo volume também se
tornamais oneroso para a indústria.
O produtor Cicero Longaretti, de 36 anos, e
seupai, Juvelino, sãoexemplo clássicoda trans-
formação na cadeia do leite. No pequenomuni-
cípio de Muliterno, com apenas 1,8 mil habitan-
tes, eles redesenharam toda a produção após
período de crise. “Há uns dois anos a coisa esta-
va bemcomplicada. Vários vizinhos chegarama
vender todo o rebanho. Como a gente sempre
teve leite na propriedade, resolvemos manter.
Mas daí fomos atrás de conhecimento para ser
mais eficientes, e melhorar o negócio”, explica
Cicero, ressaltandoquepassoua frequentar cur-
ORelatórioSocioeconômicodaCadeiaProdutivadoLeitenoRioGran-
de do Sul é omais completo levantamento sobre o setor no Estado e um
dos mais detalhados do País. A Emater/RS-Ascar coordena a pesquisa
realizadaa cadadois anos, comoapoiodemais de 2mil entidades eór-
gãos públicos de todos os municípios gaúchos. Participamda captação
de informações prefeituras, sindicatos rurais, indústrias e inspetorias. O
levantamento surgiu em2015, por demandado InstitutoGaúchodo Lei-
te.“Terdadosconfiáveiséfundamentalparadirecionaraspolíticaspúbli-
cas e também investimentos privados. Por isso, émuito importante que
conheçamos a realidade do setor”, avalia Jaime Ries, assistente técnico
estadual daEmater/RS-Ascar e responsável pelo relatório. Os resultados
serão analisados ainda conforme três tipos de agrupamentos: Coredes,
associaçõesdemunicípioseregionaisdaEmater/RS-Ascar.
Sobre o relatório
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JORNAL DA
EMATER
março de 2018
leite
Omenos
é
mais
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