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O crescimento do setor sucroenergético ocorrido na última década no Brasil teve sua maior expressão na região Centro-Sul, e nela, com maior intensidade no Centro-Oeste, em detrimento do Norte-Nordeste, onde tradicionais estados nordestinos perderam força na cultura. Nos estados produtores do Centro-Oeste, em particular, mesmo com a maior estabilização verificada em fase atual na região e nos números gerais do setor no País, diante da competitividade com outras culturas, ainda assim continua a acontecer a maior expansão e renovação de canaviais.
No Centro-Sul, a área de cana-de-açúcar cresceu 31,7% entre o ciclo 2007/08 e o período 2017/18 (o nível mais alto foi atingido na temporada 2016/17), mas a sua evolução nas unidades federativas mais a Oeste chegou a 100%, enquanto no Sudeste ficou em torno de 20% e no Sul, em 14,4%. No Sudeste, onde se situa com folga o maior produtor nacional, São Paulo, com 52% da área e 55% da produção total, houve interrupções recentes no crescimento. O Estado líder diminuiu a área colhida em 4% no ciclo 2015/16 e 4,5% na última safra, com perspectiva de nova redução na etapa 2018/19 (2,6%).
A explicação apresentada para o fato pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no início do período 2017/18 era relacionada ao grande número de empresas em recuperação judicial, assim como a questões presentes de mercado e de clima de safras anteriores. Para o novo período, adicionava-se razões de redução de arrendamentos e fornecedores mais distantes e com menores rendimentos. Já em Minas Gerais, também no Sudeste, segundo maior produtor há 10 anos e atual terceiro, são mencionados projetos de renovação e expansão de áreas de cultivo.
Enquanto isso, no Sul, onde a produção se concentra quase toda no Paraná, mesmo com áreas em renovação, há finalização de contratos de arrendamento ou parceria. E ainda que tivesse tido crescimento, o Estado, que era o terceiro maior produtor há 10 anos, agora está na quinta posição. Quem decaiu tanto em posições quanto em área e produção no período é o Nordeste, onde estados tradicionais no setor, como Alagoas e Pernambuco, respectivos quarto e sexto colocados há um decênio, passaram para sexto e oitavo lugares, sofrendo quedas acentuadas devido a dificuldades financeiras do setor e diminuição de fornecedores.
PARALELO À MECANIZAÇÃO
Os estados do Centro-Oeste, por sua vez, galgaram postos mais altos no setor nesse período. Goiás, quinto no ciclo 2007/08, passou a segundo maior produtor nacional de cana-de-açúcar já no período 2012/13, e Mato Grosso do Sul, do sétimo para o quarto lugar. Há cinco anos, a liderança goiana no segmento frisava que a ampliação da fronteira canavieira era impulsionada pela mecanização, apropriada na região. Hoje, a Conab constata que áreas para expandir tornam-se mais escassas no Estado, embora ainda registre o nível mais alto de áreas de expansão e renovação (17% em relação ao total colhido na safra 2017/18), e nestas são adotadas variedades mais produtivas.
Ainda nesta importante (hoje segunda) região produtora, Mato Grosso, que pulou da oitava para a sétima colocação, e o quatro maior produtor, Mato Grosso do Sul, que inclusive no período 2018/19 mostrava intenção de maior aporte tecnológico, apresentam índices próximos (com respectivos 16% e 15% do total da área colhida) nas projeções de renovar ou implantar cultivos de cana. No Sudeste, o campeão São Paulo, mesmo com a atual redução nos canaviais colhidos, e o Estado de Minas Gerais não ficam longe nestes quesitos, apostando ambos cerca de 13% das lavouras em plantios e, assim, no futuro da atividade.