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Em batalha permanente para derrubar barreiras sanitárias e comerciais no mercado mundial, a pecuária brasileira obteve uma grande vitória em maio de 2018. Conseguiu, após mais de meio século de esforços, a certificação de país livre de febre aftosa com vacinação, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Ações de controle são compartilhadas entre os governos federal e estaduais e o setor privado e incluem vacinação nas fazendas, vigilância de fronteiras e rede laboratorial estruturada no País.
Quase todos os estados brasileiros eram reconhecidos como zona livre com vacinação. Agora, com o novo status sanitário, a comercialização de carnes e de animais vivos será facilitada dentro e fora do território nacional. “Com o maior rebanho comercial do mundo, a certificação mostra que o Brasil se preocupa com a qualidade sanitária e aufere credibilidade às negociações internacionais”, diz Blairro Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A última ocorrência de febre aftosa no Brasil foi em 2006, no Paraná e no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. Em 2007, Santa Catarina foi reconhecida pela OIE como livre da zoonose sem vacinação. É o próximo status a ser buscado pelo País: gradativamente, retirar a vacinação do rebanho até 2023, para que até 2026 haja a certificação internacional pela OIE, de país livre de aftosa sem uso da vacina.
Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), assegura que a cadeia pecuária brasileira tem ciência do compromisso sanitário. Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), afirma que o grande desafio, agora, será enfrentar a etapa final de erradicação da doença em países vizinhos, na América do Sul; ampliar as zonas livres sem vacinação e, também a condição de país com a doença erradicada.
O VÍRUS
O vírus da febre aftosa é altamente contagioso e atinge bovinos, suínos, ovinos e caprinos. O animal afetado apresenta febre alta, que diminui depois de dois ou três dias. Em seguida, aparecem pequenas bolhas, que se rompem, causando ferimentos. O animal deixa de andar e de comer e, no caso de bezerro e de animal mais novo, pode até morrer. A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e de erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção.