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Em 2018 completou 25 anos de liderança do Brasil na exportação de tabaco. Em 1993, o País ultrapassou os Estados Unidos na venda externa do produto e desde então segue firme na primeira posição do comércio exterior do segmento. Foi a qualidade da produção nacional, aprimorada durante os anos anteriores, o ponto fundamental para alcançar a vanguarda no segmento, e continua sendo uma das principais razões para manter a dianteira, onde tende a permanecer por muitos e longos anos, na perspectiva de seus representantes.
“O que foi determinante para a conquista desta posição em 1993 foi a qualidade do produto, resultante de ações de melhoria desenvolvidas desde os anos de 1970, quando o País ingressou com mais força nas exportações e buscou atender cada vez mais às exigências do mercado internacional”, avalia Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Neste particular, especificou “a relevância da integridade e da limpeza do produto, bem à frente de outros competidores, influindo muito nas decisões de compra dos importadores”, acrescenta.
“O Brasil apresenta condições para se produzir tabaco de qualidade elevada a custos relativamente menores dentre os principais países produtores, o que incentivou a instalação de empresas transnacionais no País para a venda do produto em folha com destino a outros países”. Essa observação foi feita por Ricardo Candéa Sá Barreto e João Maurício Silva Novais, no artigo “Competitividade internacional do tabaco no Sul do Brasil – 1997-2014”, mencionado no estudo sobre “Relevância do Setor de Tabaco no Brasil”, feito pela Tendências Consultoria Integrada, em 2018.
O trabalho da consultoria aponta que as receitas geradas no segmento de fumo não manufaturado quase dobraram entre 1997 e 2017, passando de US$ 1,1 bilhão para US$ 2 bilhões, com crescimento médio anual de 0,5% nos preços aparentes (em dólares por tonelada). No total, o volume embarcado no período passou de 409,5 mil para 462,2 mil toneladas e a receita, de US$ 1,7 bilhão para US$ 2,1 bilhões, com evoluções médias respectivas de 0,6% e 1,2% ao ano, embora entre 2006 e 2017 houvesse queda de 4,3% na quantidade e de 1,5% no valor. Já considerando 1993 como ano inicial, o aumento total atingiu 65,6% em volume e 132,2% na receita cambial.
MUDANÇAS GLOBAIS
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, por sua vez, ainda aponta a ocorrência de problemas agrários e políticos no Zimbábue, na África, como fator decisivo para obtenção de maior fatia das exportações pelo Brasil em meados do anos 2000, além do alto custo atingido pelo produto norte-americano. O País aproveitou as oportunidades e foi crescendo, até 2013, quando a partir do ano seguinte começou a haver queda, decorrente de baixa no consumo mundial de cigarros, além de o concorrente africano voltar a produzir e exportar mais. Porém, ressalta Schünke, “mesmo com alguma redução, foi possível manter certa estabilidade nas vendas nos últimos anos”.
Na opinião do dirigente da entidade industrial, o Brasil deverá continuar líder nas exportações de tabaco nos próximos anos, até porque a distância em relação aos outros exportadores é bem acentuada. Da mesma forma, assinala que os diferenciais do produto brasileiro são muito expressivos, onde ponteiam ainda as vigorosas ações na área de sustentabilidade (proteção ao trabalho e ao ambiente, por exemplo) e a garantia de fornecimento do produto, assegurada pelo bom funcionamento de sistema integrado produtor-indústria, ao lado da qualidade sempre priorizada na atividade da cultura brasileira.