O público on-line passou de 3 mil participantes em cinco países, 20 estados e Distrito Federal; a programação continua nesta quarta-feira (10/11)
O primeiro dia do AgroBIT Brasil Evolution 2021 foi um termômetro importante das tendências do agro brasileiro, atraindo a atenção de mais de 3 mil participantes on-line em cinco países, 20 estados e Distrito Federal.
Com radar voltado para as inovações, a abertura do evento contou com a presença virtual e o prestígio do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. Também participou virtualmente, o secretário adjunto de Inovação e Tecnologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cleber Soares.
“O momento para a humanidade é de grandes desafios”, afirmou Marcos Pontes ao destacar que o agronegócio é prioridade do ministério. Disse que a pasta pretende incentivar o desenvolvimento de inovações no setor para que tragam soluções para os novos dilemas humanos, como as mudanças climáticas.
“Temos trabalhado junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desenvolvendo ferramentas para melhorar a produtividade e levar a ciência e tecnologia para dentro do campo. A nossa estratégia é, justamente essa convergência de tecnologia, como a Inteligência Artificial, conectividade, desenvolvimento de antenas para o campo, desenvolvimento de máquinas e sistemas que possam trabalhar com a Internet das Coisas. Precisamos lembrar também do desenvolvimento de bioinsumos, da genômica e biotecnologia”, afirmou o ministro.
O secretário adjunto de Inovação e Tecnologia do Mapa, Cleber Pontes, ressaltou que tecnologia e inovação serão, cada vez mais, alavancas de desenvolvimento do agro brasileiro, agregando valor aos nossos produtos.
“O primeiro Hub de Inovação que o ministério apostou foi em Londrina. Acompanhamos e fomentamos esse hub. Participamos também de forma ativa do AgroBIT Brasil. Todo ano, a gente tem sempre uma novidade, porque acreditamos que tecnologia e inovação são alavancas que vão adicionar valor ao agronegócio”, ressaltou Soares.
O coordenador da Agro Valley, George Hiraiwa, disse que o evento traz muitos insights para quem investe e trabalha no agro. “O primeiro dia do evento foi muito interessante porque mostrou que estão vindo muitas novidades. O doutor Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, apresentou todas as tendências da engenharia genética. Na prática, essa e outras tecnologias, vão contribuir para tudo o que foi discutido na COP26. São tendências que nós vamos ter que caminhar juntos. Assistimos palestras, como a de Keiichi Harasaki, que é diretor de Tecnologia da área de Business 4.0 em Manufatura e Utilities para América Latina, da TCS Tata Consultancy Services. Ele abordou a perspectiva digital e como pode interagir e ajudar nessa caminhada”, avaliou Hiraiwa.
O público do AgroBIT Brasil Evolution 2021, destacou a qualidade da programação e também a característica de ser um espaço de contatos futuros entre empresas, investidores e toda a cadeia do agronegócio.
É o que comprova o depoimento do gerente de Inovação da Adama, Roberson Sterza Markzak. Eu gosto muito do AgroBIT. Participei de todas as edições. Acho que já faz parte do cenário tecnológico do agro brasileiro. O que eu gosto é a facilidade das empresas entrarem em contato entre si. É um evento de grande porte, mas mantém algumas características dessa informalidade”, sintetiza Markzak.
Empresas apresentam as melhores soluções aos agricultores
O palestrante Keiichi Harasaki, diretor de Tecnologia da Tata Consultancy Services, empresa indiana de tecnologia que chegou ao Brasil em 2002 e em Londrina há cinco anos, falou sobre “Safra de Carbono – Compensação ambiental como prática rentável para o agronegócio”.
Ele explicou como pode ser viável na agricultura e como funciona a indústria geradora de crédito de carbono, além de ser uma maneira do agricultor participar do processo e conseguir monetizar.
“A nossa contribuição é trazer uma tecnologia que permita ou facilite a emissão do crédito de carbono, mas para isso acontecer o produtor tem que fazer a parte dele, que é a de preservar o carbono no solo com técnicas de rotação de cultura, uso de culturas de cobertura, plantio direto, controle de uso de fertilizantes”, disse Harasaki, lembrando que os fertilizantes químicos representam 20% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no planeta.
“A agricultura é um dos grandes geradores de GEE. Fazendo o controle e uso racional desses produtos, o agricultor acaba economizando e contribuindo para a redução das emissões. Essas são as diferenças que os agricultores podem fazer na sua atividade”, enfatizou o diretor da Tata.
Ele informa que a empresa indiana tem uma tecnologia que permite fazer a mensuração da qualidade do carbono. Por meio de tecnologias via satélites, sensores no solo, cuja amostragem de dados do solo pode chegar a uma precisão de 85%, é possível reduzir o custo da mensuração de US$ 10 para US$ 2 o hectare. “Isso porque o custo dos métodos tradicionais são muito caros para agricultura, atualmente são mais utilizados para área florestal”, comparou.
Harasaki diz que existe todo um pano de fundo para que os agricultores entrem nesta jornada. Ele se refere à meta de redução de emissão de GEE em 50% até 2030, assumida pelo Brasil na COP 26.
“A proposta que regulamenta o mercado de carbono, que está tramitando, torna obrigatória a adesão das empresas ao modelo de limite de compensações. Essa lei dirá se, a empresa não atingir a meta de 50%, ela vai ter que comprar de alguém. Então, a gente quer apresentar uma plataforma viável para que os agricultores também se tornem um dos agentes que vão gerar carbono nesse ecossistema”, explica Harasaki
Agricultura 4.0
O diretor de Marketing de Produto da Case IH para América Latina, Rodrigo Alandia, abordou a agricultura digital, considerada a agricultura 4.0, que pode ser definida como uma evolução tecnológica somada às possibilidades de conectividade.
“A agricultura digital está baseada em poder aproveitar o máximo as informações geradas no campo por meio de sensores, plataformas e principalmente da conectividade. Elas vão ajudar o produtor a ter uma melhor análise, tomar decisões mais precisas e, obviamente, aumentar a eficiência das máquinas, proporcionando um nível de produção mais sustentável, além de aumentar a produtividade e rentabilidade da fazenda”.
“Para tudo isso é preciso de máquinas de alta perfomance, é preciso de soluções relacionadas às plataformas e serviços conectados e é isso que a Case IH entrega. Um pacote necessário para que o produtor possa aplicar a agricultura digital e obter os ganhos que toda essa tecnologia traz”, afirma Alandia.
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