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março 18, 2022Com assistência da Emater/RS-Ascar, a família Granzotto, de Linha Treze Tiradentes em Serafina Correa, na Serra Gaúcha, implantou unidade armazenadora com dois silos secadores em 2020 e colhe bons resultados do investimento, que é usado não só para secagem e guarda de milho, o que é mais comum, mas também de cereais de inverno, como trigo e aveia. Cristian Granzotto, 22 anos, filho de Aguinaldo Pedro e Roselei Granzotto, com quem atua na propriedade de 50 hectares, destaca a qualidade obtida no produto com a instalação da estrutura, além de outras vantagens e de aproveitá-la o ano todo, não apenas com culturas de verão, mas da mesma forma para as de inverno.
A produção familiar é mais expressiva em soja, milho, trigo e aveia, e os dois silos secadores, um com capacidade estática de dois mil sacos e outro para mil sacos, atendem às suas necessidades de secagem e armazenagem. Desde o início de sua operação, já foram utilizados para milho e os produtos de inverno, enquanto a soja é logo vendida, após limpeza e secagem. Atualmente, o silo menor ainda contém o grão de verão da safra passada e o maior, que tinha aveia, agora retirada e acondicionada em bags, recebeu a nova safra de milho.
Com a estrutura disponível, salienta Cristian Granzotto, é possível fazer a secagem e armazenagem da produção na propriedade, sem descontos da cerealista em umidade e resíduos, e ainda se pode aproveitar estes para o trato do gado. “Além disso, podemos esperar para vender em momento mais oportuno, depois da safra, quando normalmente se atinge um preço melhor”, afirma, ao mesmo tempo em que exalta que os silos garantem a manutenção de uma boa qualidade dos grãos. Lembra ainda o fato de terem produção de culturas de inverno e poderem colocá-la agora nestas unidades, possibilitando assim seu uso mais efetivo.
O engenheiro agrônomo João Villa, assistente técnico regional (ATR) em Sistemas de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar em Caxias do Sul, informa que o silo secador em referência foi projetado pela instituição gaúcha e dimensionado com ventilador que tem capacidade para promover passagem de ar entre os grãos suficiente para assegurar secagem mesmo que no momento da colheita estejam com até 22% de umidade. Os grãos mais comuns de serem armazenados em silos secadores, conforme ele, são milho e arroz, podendo ser utilizados para outros cultivados no verão, como soja e feijão, assim como para os de inverno.
USO DE ÁREAS OCIOSAS
Uma alternativa ainda pouco explorada pelos agricultores da região da Serra, conforme João Villa, “é o aproveitamento de áreas ociosas no período de inverno para produção de grãos que podem ser secos e armazenados nos silos secadores para posterior comercialização para as diversas finalidades, em especial rações animais. Culturas de inverno com bom potencial de renda e comercialização facilitada são o trigo, triticale, cevada, aveia e azevém”, comenta o assistente técnico da Emater/RS-Ascar.
Villa ainda aponta que também podem ser armazenados outros grãos e sementes que são utilizadas neste período como plantas de cobertura de solo ou forrageiras, como é caso do centeio, ervilhaca, ervilha, entre tantas. Outra possibilidade de uso de áreas ociosas no inverno, complementa o agrônomo, é de produzir uma espécie forrageira que possa ser armazenada em forma de silagem de planta inteira ou feno, em especial para aqueles produtores que trabalham com pecuária de corte ou leiteira.