Pesquisa lança inovações para cultura do trigo
julho 27, 2017Anuário Brasileiro do Milho
julho 28, 2017Por Ciro Antonio Rosolem, Vice-Presidente de Estudos do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu).
No dia 28 de julho comemora-se o Dia do Agricultor. Cerca de 10.000 anos atrás o homem começou a domesticar plantas e animais, deixando, aos poucos, de ser nômade. Há cerca de 9.000, foram domesticados porcos, ovelhas e cabras, e o gado foi domesticado 1.000 anos mais tarde. O início da agricultura marca o início da civilização como a conhecemos hoje. O desenvolvimento da agricultura, permitindo a previsão de quais alimentos, quando, quanto e onde estariam disponíveis, resultou no aparecimento das primeiras aglomerações urbanas, as cidades. Assim, mudando o hábito alimentar da população, os agricultores mudaram a civilização.
No Brasil, o imperador D. Pedro II, brilhante estadista e incentivador da agricultura e da pesquisa agrícola, criou a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, embrião do atual MAPA, no dia 28 de julho de 1860. Por ocasião do centenário da criação do Ministério, em 1960, o então presidente Juscelino Kubitschek determinou que no dia 28 de julho passasse a ser comemorado o Dia do Agricultor. E realmente há o que comemorar.
A economia brasileira é considerada a oitava maior do mundo, e o Brasil é o segundo maior fornecedor de alimentos e produtos agrícolas. É líder global em cana-de-açúcar, o maior exportador de café, suco de laranja, frango, tabaco, grãos e farelo de soja. É o segundo maior exportador de milho e óleo de soja, e terceiro em carne bovina e suína. Mas, enganam-se, ou querem enganar, os que insistem que isso prejudica o suprimento interno de alimentos. De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization), um país atinge segurança alimentar, ou seja, produz alimento suficiente para sua população, quando produz 250 Kg de grãos por habitante. Assim, os agricultores brasileiros, hoje produzindo mais de 1.000 kg de grãos por habitante, alimentam mais de quatro vezes a nossa demanda doméstica. O agricultor brasileiro matando a fome do mundo.
O desenvolvimento de tecnologia agrícola tropical, adequada às nossas condições, permitiu a conquista do Cerrado e o crescimento vertiginoso da produção nas regiões tradicionais. Apenas nos últimos 30 anos, a área cultivada no Brasil aumentou 74%, enquanto a produção de grãos cresceu 218%. Sem tecnologia, os agricultores brasileiros estariam cultivando mais de 110 milhões de hectares hoje. Isto significa que a tecnologia brasileira empregada pelos fazendeiros salvou mais de 50 milhões de hectares de florestas e outros biomas, área maior que muitos países do mundo.
Enquanto a produção agrícola crescia rapidamente, os fazendeiros brasileiros sempre estiveram atentos à preservação dos biomas, conservação ambiental e sustentabilidade. A vegetação natural preservada em propriedades privadas representa mais de 20% do território nacional. Para se ter uma ideia, os parques nacionais e áreas protegidas pelo governo não passam de 13% de nosso território. Lógico que os desafios ainda são enormes. Mas não há desafio tão grande, nem agricultor tão pequeno que não possa enfrentá-lo. Então, viva o agricultor brasileiro!