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outubro 21, 2016Texto: Cássio Filter (cassio@editoragazeta.com.br)
Cruz das Almas/BA – Durante dois dias, a cidade de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, foi o centro das discussões sobre a fumicultura no Brasil. O município é o principal núcleo da produção de charutos no Brasil e por isso recebeu a reunião da Câmara Setorial do Tabaco, na quarta-feira, e o evento comemorativo ao Dia do Produtor de Tabaco, realizado ontem.
Com características totalmente diferentes do fumo destinado a cigarros, o cultivo do tabaco para charuto é feito de maneira praticamente artesanal, assim como a produção final. Apesar das particularidades e da escala de volume muito menor, o contexto envolvendo as restrições a cadeia produtiva é idêntico ao do segmento cigarreiro. Por isso, fazer com que os principais personagens da cadeia atravessassem o País para levar as discussões sobre o tema à região foi motivo de comemoração.
O Sindicato da Indústria do Tabaco no Estado da Bahia (Sinditabaco – BA) e a Câmara Setorial do Charuto Baiano foram os responsávels pelos dois eventos em Cruz das Almas. “Nossos gargalos são muito semelhantes. Além disto, nos vale como um reconhecimento, já que a produção de tabaco no Brasil começou pela Bahia. Quando os portugueses chegaram aqui, os índios já produziam uma espécie nativa que adaptamos e cultivamos até hoje”, ressalta Marcos Souza, diretor executivo do Sinditabaco – BA.
Já na reunião da Câmara Setorial, o assunto em destaque foi a mudança de posicionamento do governo federal em relação à cadeia do tabaco. Com semblantes animados, era unânime a opinião de que a defesa pública do setor pelos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, aumentam as chances de que se chegue à COP 7 mais fortalecido do que noutros anos. Para o consultor da Câmara Setorial do Tabaco, Romeu Schneider, a situação atual é totalmente distinta daquela de alguns meses atrás. “Nós tínhamos a nítida sensação de estar falando para as paredes, já que de nada adiantavam as nossas explanações. Felizmente agora a situação mudou”.
Dia do Produtor de Tabaco O evento reuniu cerca de 600 pessoas e teve a participação das principais entidades e instituições envolvidas com a cadeia do tabaco no Brasil, que puderam conhecer um pouco mais sobre as práticas e a realidade de quem cultiva o tabaco para charuto. Produtores de 23 municípios da região estiveram presentes e alguns deles expuseram ações que representaram maior rentabilidade junto das lavouras. O Brasil produz cerca de 14 milhões de charutos por ano e emprega cerca de 14 mil pessoas direta e indiretamente, principalmente na região do Recôncavo Baiano.