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setembro 22, 2020O setor de frutas enviou a primeira carga de melão brasileiro para a China. Este é um dos destaques do boletim semanal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no período de 14 a 18 de setembro, que traz o comportamento das principais atividades agropecuárias no período de pandemia.
De acordo com a publicação, as exportações de frutas nas primeiras semanas de setembro tiveram uma média diária de 5,9 mil toneladas, 42% a mais em relação ao mesmo período de setembro de 2019. O resultado é reflexo da demanda aquecida, câmbio favorável e retomada de voos.
Nos primeiros 15 dias deste mês, o estoque de Créditos de Descarbonização (CBios) na bolsa aumentou em 1,11 milhão e já são 8,10 milhões disponíveis, recorde de negociação com os distribuidores de combustíveis. A CNA divulgou nesta semana mais uma estimativa de Valor Bruto da Produção (VB), prevendo uma receita de R$ 823 milhões em 2020, alta de 13,7% em relação a 2019.
VBP
De acordo com o boletim divulgado pela CNA esta semana, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária deve alcançar R$ 823 bilhões em 2020, um incremento de 13,7% frente a 2019. Tal resultado reflete um salto de R$ 81 bilhões (+18%) no VBP agrícola, e um crescimento de R$ 17,9 bilhões (+6,6%) no VBP pecuário. Tais estimativas estão baseadas nos dados de preço e produção disponíveis até agosto de 2020. Para saber mais, acesse www.cnabrasil.org.br.
Hortaliças e frutas
Para as hortaliças, verifica-se redução dos preços da batata e da cebola em função da intensificação da colheita. O mesmo se repetiu com o tomate, que tem vivenciado aceleração da maturação em função das altas temperaturas.
Para as frutas, a demanda em alta, com a reabertura do comércio, e intensificada com as altas temperaturas dos últimos dias, tem contribuído para os bons preços. No caso do melão, a oferta ainda é limitada no Rio Grande do Norte e no Ceará diante do início da safra.
Quanto ao mercado externo, o setor de frutas comemora o envio da primeira carga de melão para a China. As exportações têm se intensificado nas primeiras semanas de setembro, com uma média diária de 5,9 mil toneladas, 42% superior à média do mês de setembro de 2019. Demanda aquecida, câmbio favorável e retomada de voos têm favorecido esse cenário.
Quanto ao varejo, o projeto Feira Segura do Sistema CNA/Senar vem se expandindo. Em setembro, na Bahia, 18 municípios irão realizar pela primeira vez a feira seguindo o protocolo de segurança aos produtores e compradores contra a Covid-19. No Mato Grosso do Sul, além das feiras, a retomada das compras pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar animam os horticultores do estado.
Sucroenergético
Após o restabelecimento da cota de importação de etanol com alíquota zerada, o setor aguarda empenho do Governo Federal nas negociações comerciais com os Estados Unidos, envolvendo o açúcar nacional.
O Brasil continua como precursor no estímulo ao mercado de etanol e espera-se que esse seja o início de um processo de transformação do biocombustível em uma commodity global. A entrada de países como a Índia na produção e consumo de etanol poderá contribuir positivamente tanto para o mercado de etanol quanto para o equilíbrio do mercado de açúcar.
Quanto ao mercado de açúcar, a desvalorização do dólar e a alta nos preços do petróleo deram sustentação aos preços nos mercados internacionais. O contrato com vencimento em outubro/20 do açúcar bruto na ICE Futures continua cotado acima de 12 centavos de dólar por libra-peso.
Quanto aos Créditos de Descarbonização (CBios), nos primeiros quinze dias de setembro, o estoque na bolsa aumentou em 1,11 milhão – 8,10 mi já estão disponíveis – e registrou recorde de negociação com os distribuidores de combustíveis. As distribuidoras adquiriram 321,16 mil créditos, volume superior a toda quantidade negociada nos últimos quatro meses. O preço negociado pelo crédito variou entre R$ 19,75 e R$ 24.
Grãos
A safra de milho da China deve recuar em até 10 milhões de toneladas (cerca de 4%) em relação às últimas estimativas do governo depois que fortes ventos e chuvas arrasaram plantações nas principais áreas de produção no cinturão de milho do nordeste chinês
No mercado interno, o milho segue estabilizado, com poucos negócios nos portos, a patamares entre R$ 57,00 e R$ 59,00 a saca. Ocorrem negócios entre R$ 60,00 e R$ 64,00 nas indústrias no Sul e Sudeste.
Quanto à soja, a China continua a comprar oleaginosa norte-americana, sustentando os preços na Bolsa de Chicago. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou novas vendas para a China de 327 mil toneladas.
No Brasil, a safra 2019/2020 da soja está com 98,59% do volume negociado, o que tem contribuído para a elevação dos preços no mercado interno e desafiado algumas empresas que dependem mais do mercado à vista para realizar suas negociações. Os preços não têm oscilado muito e têm se mantido em patamares recordes, estimulados pelos ganhos na Bolsa de Chicago. Nos portos, para curto prazo, os indicativos ainda variam de R$ 138,00 a R$ 139,00/saca.
Agora, os produtores já começam a se preparar para o plantio da próxima safra. Com o término do vazio sanitário no dia 15/09 em Mato Grosso, após três meses de vigência, o plantio da soja está autorizado. Contudo, as condições meteorológicas preocupam os produtores, principalmente do Centro-Oeste.
Café
A estiagem prolongada continua preocupando os cafeicultores quanto à próxima safra. Em boletim de alerta climático divulgado pela Fundação Procafé, o déficit hídrico mensurado em lavouras do Sul de Minas, Mogiana Paulista e Triângulo Mineiro já acarreta murcha das plantas e distúrbios fisiológicos. As previsões indicam ocorrência de chuva apenas no início de outubro, o que pode afetar negativamente as lavouras.
No mercado internacional, a semana foi movimentada com as notícias de recuo do estoque de café verde dos EUA, maior consumidor mundial. A redução de mais 300 mil sacas em agosto foi a maior queda mensal desde o início da pandemia. Já os estoques certificados pela ICE Futures figuram nos mais baixos níveis em 20 anos, registrando 1,16 milhão de sacas na divulgação feita na terça-feira (15/09).
No Brasil, matérias foram divulgadas apontando falta de espaço nos armazéns e atraso para descarga pelos transportadores. No entanto, cooperativas consultadas afirmam que há capacidade de armazenamento. A ampliação do tempo de espera dos caminhões tem sido em função do elevado recebimento de cafés, bem como de muitas vendas realizadas.
No caso da exportação, o tempo de espera deve-se ao número restrito de containers em alguns portos. De acordo com o Cecafé, nos portos de Vitória e Rio de Janeiro, cargas de café deixaram de ser carregadas em navios por falta de container, restrição que se deve às menores importações brasileiras durante a pandemia. Com o Brasil importando menos e exportando muito mais, os containers estão ficando represados nos destinos.
Aves e suínos
O preço do frango vivo no interior de São Paulo se manteve estável, cotado a R$4,10/kg. Para o produtor, o custo do milho e do farelo de soja segue em alta, apertando as margens.
Dados divulgados pela APINCO apontam que, no segundo semestre de 2020, foram produzidos 592,5 milhões de pintos de corte, um novo recorde do setor. No entanto, a tendência é que a oferta continue ajustada à demanda, mantendo os preços nos patamares atuais.
No setor de ovos, a caixa com 12 dúzias foi cotada a R$ 70,00, o segundo pior valor recebido em uma primeira quinzena deste ano, com queda de 7,9% em relação à semana anterior.
Na suinocultura, a oferta de suíno vivo pronto para abate segue restrita na maior parte das regiões brasileiras, o que fez as bolsas estaduais fecharem em alta em Santa Catarina (1,5%), Paraná (1,2%) e Rio Grande do Sul (1,8%).
Lácteos
O leite spot, comercializado entre laticínios, apresentou baixa de 6,4% em relação à primeira quinzena do mês, mas se mantém em patamares elevados quando comparado ao histórico de preços. Segundo estudo realizado pelo Milkpoint, a participação do varejo no valor final do leite UHT pago pelo consumidor vem reduzindo desde o início do isolamento social, o que pode refletir nas negociações futuras entre varejo e indústrias. Um reflexo disso é que as principais commodities lácteas, leite UHT e o queijo muçarela, mantiveram ao longo da semana estagnação nos preços, porém também sustentando valores elevados, de R$ 3,58/litro e R$ 29,51/kg, respectivamente.
Para os produtores rurais, os Conseleites indicam que haverá uma alta de preço para o leite produzido em setembro a ser pago em outubro. Em Minas Gerais, o aumento pode atingir 6,7%, e no Paraná, 8,4%.
Boi Gordo
Os preços no mercado físico continuam firmes, superando pela primeira vez na história valores de R$250,00/@. No geral, já são observados negócios a R$255/@ em estados vizinhos a São Paulo, reduzindo e até invertendo o diferencial de base. No mercado futuro, o contrato de outubro, de maior liquidez, encontrou resistência em R$250/@ e será necessário um maior empenho dos compradores para que o contrato continue subindo.
O abate de bovinos continua em queda, conforme publicação do IBGE. No primeiro semestre de 2020, a produção foi 5% inferior ao acumulado no mesmo período de 2019, com abate 8% inferior na mesma comparação. Importante salientar que a queda foi puxada pela redução das fêmeas no abate, principalmente as matrizes, que reduziram quase 18% das cabeças destinadas ao abate no período. Isso se deve à valorização do bezerro e à tendência do produtor em segurar as matrizes para reprodução.
No mercado externo, o bloqueio chinês das importações de carne suína da Alemanha, devido à presença de Peste Suína Africana, abre um novo espaço para a proteína animal e oportunidade para o Brasil. Neste momento, é importante verificar a capacidade operacional do Brasil, que pode não conseguir suprir a demanda adicional com volume, mas sim com valorização da carne exportada.
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