Brasil mostra liderança sustentável na soja

O Brasil produz mais de 85% da soja com certificado de responsável do mundo. O volume brasileiro somou 3,3 milhões de toneladas em 2019, conforme os dados da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS). A produção mundial totalizou 4 milhões de toneladas no referido ano. Além do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos e outros países da Ásia responderam pela oferta do grão. A entidade, fundada em 2006, busca promover o uso e o crescimento da soja sustentável e, por meio do Padrão RTRS, aplicável no mundo todo, garantir uma produção ambientalmente correta, socialmente adequada e economicamente viável.

Nos primeiros seis meses de 2020, o País certificou 685,507 mil toneladas, de um total mundial de 788,193 mil toneladas, de acordo com a associação. O volume cresceu 35% em comparação com o mesmo semestre de 2019. O desempenho em plena pandemia do coronavírus foi considerado impressionante pelo consultor externo da RTRS no Brasil, Cid Sanches. “Este crescimento aconteceu tanto em vendas de soja via balanço de massas, como em créditos de soja RTRS, um resultado muito expressivo”, avaliou.

A soja certificada pela associação foi comercializada por mais de 17 países em 2019. Os maiores volumes foram obtidos pelos Países Baixos (30%), Reino Unido (16,18%) e Escandinávia (14,17%). “Há o interesse constante na certificação RTRS de novos produtores que ouvem falar da produção responsável por meio de vizinhos, das empresas que compram soja na cadeia, das cooperativas, dos fornecedores de insumos, entre outros players”, relata Cid Sanches. A cultura nessas condições ocupou uma área de 1 milhão de hectares no mundo. Mais de cinco mil sojicultores, dos quais 212 brasileiros, foram certificados por seguirem as especificações de produção da entidade.

Atualmente de acordo com os padrões mais rigorosos, transparentes e holísticos em matéria de certificação ambiental e social, a RTRS aumentou a produção em vários milhões de toneladas, sem que causasse qualquer desmatamento. A maior demanda por soja responsável é um dos principais incentivos para os produtores ampliarem ainda mais a certificação de suas propriedades. “Embora ainda exista soja certificada pela RTRS à espera de compra – tanto na forma de créditos quanto nas cadeias de suprimento de balanço de massa – a associação está empenhada no fomento contínuo à demanda crescente”, declara Sanches.

Além disso, o interesse deve crescer, à medida que cada vez mais todos os setores reconhecem o valor do padrão RTRS e os seus inúmeros benefícios. Em 2019, a RTRS conquistou mais 12 membros, a maioria dos setores de indústria, comércio e finanças. Com isso, três novos países (Canadá, EUA e Espanha) se juntaram com intuito de colaborar no trabalho de boas práticas agrícolas e comerciais sustentáveis, em busca de promover suas estratégias e atingir suas metas de sustentabilidade.

“O empenho de todos da entidade é atrair novas empresas compradoras e novos países que demandem a soja responsável. Há muito interesse e busca por entender como é e como funciona o mercado da RTRS em diferentes países. Assim, é importante compartilhar informações de credibilidade e que facilitem o entendimento de todos na cadeia da soja”, reitera Sanches.

Os estados brasileiros que possuem a maior produção certificada pela entidade são o Maranhão, com 25% do total da oferta, e o Mato Grosso, com mais de 1,6 milhão de toneladas em 2019. Outro ponto muito importante é que hoje já existem produtores certificados RTRS em quatro biomas do Brasil – Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga – mostrando que não há restrições que possibilitem os produtores rurais atingirem este mercado sustentável.

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