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julho 18, 2025Julho 2025 – A 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) voltou a ser pauta da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco. A 76ª sessão, realizada nesta quarta-feira, 16 de julho, no formato híbrido, reuniu representantes de entidades da cadeia produtiva que trataram sobre as mobilizações realizadas pelo setor junto ao governo federal e dos principais estados produtores, visando a participação mais ativa durante a COP 11, que ocorrerá entre os dias 17 e 22 de novembro de 2025, em Genebra, na Suíça.
O grupo busca entender a posição que o Brasil, segundo maior produtor de tabaco e líder mundial de exportações, levará à Genebra sobre os temas que serão discutidos no evento. A agenda provisória da COP 11, divulgada pelo Secretariado da Convenção-Quadro, contempla temas como medidas futuras de controle do tabaco (Artigo 2.1); responsabilização jurídica do setor por danos causados (Artigo 19); proteção ambiental e da saúde humana frente aos possíveis impactos dos produtos de tabaco (Artigo 18); regulamentação do conteúdo e da divulgação de produtos de tabaco (Artigos 9 e 10); e proteção das políticas públicas dos interesses da indústria (Artigo 5.2 e 5.3).
No país, a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ) é quem formata a posição oficial que será levada para as Conferências das Partes, encontros realizados entre os 183 países que aderiram à CQCT. Até o momento, a CONICQ não se manifestou sobre os temas e o grupo teme uma postura arbitrária como o ocorrido em outras sessões, em que a cadeia produtiva, representantes eleitos e até mesmo a imprensa regional foi mantida à distância das discussões.
O presidente da Câmara Setorial, Romeu Schneider, lembrou da posição do embaixador Tovar Nunes em recente visita de uma comitiva do setor à Genebra, que se comprometeu em manter o diálogo entre as partes e de promover reuniões de briefing ao final de cada dia para o setor acompanhar o que está sendo discutido.
Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, apresentou o panorama das exportações brasileiras de tabaco no primeiro semestre de 2025. Pesquisa conduzida pela Deloitte estima que, em 2025, os embarques devem ser superiores aos de 2024, na faixa de 10% a 15%, tanto em dólares, quanto em volume. Entre janeiro e junho, o Brasil exportou 206,5 mil toneladas e US$ 1,36 bilhão, +5,77% e +9,5%, respectivamente, em comparação com 2024, segundo dados do ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. China, Bélgica, Indonésia, Estados Unidos, Indonésia, Turquia e Emirados Árabes estão entre os principais destinos no primeiro semestre de 2025.
Thesing também contextualizou a preocupação do setor em torno da recente tarifa imposta por Trump aos exportadores brasileiros. “No último ano embarcamos US$ 255 milhões e quase 40 mil toneladas aos EUA. Anualmente, o mercado americano representa, em média 9% de todos os embarques, o que é significativo. Tendo em vista a demanda de tabaco ao redor do mundo, acreditamos que é possível realocar o produto para outros destinos, mas claro que este não é o cenário ideal, considerando a ruptura logística que teremos. Há de se considerar que o tabaco está neste momento comercializado e dentro das empresas sendo processado. Ou seja, uma parte significativa ainda não foi embarcada”. Thesing acredita, no entanto, em uma saída diplomática. “Ambas as nações saem perdendo. Estamos confiantes de que teremos uma negociação em torno do tema”, comenta. Entre janeiro e junho, o Brasil já embarcou 19 mil toneladas de tabaco, o que representou US$ 129 milhões em divisas.