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A indústria brasileira indica um cenário ideal para a aproximação comercial com a China: estreitar as relações a ponto de mostrar que o País é parceiro confiável, que sempre oferecerá alimentos de boa qualidade, com estabilidade de oferta e a preços competitivos. “Desta forma, em contrapartida a essa postura cooperativa e parceira do Brasil, o governo chinês deveria abrir um pouco o seu mercado ao nosso farelo, ao óleo e às proteínas animais”, destaca Daniel Furlan Amaral, da Abiove.
O momento seria oportuno porque o tigre asiático passa por crise sanitária e registra casos de febre suína. “A melhor maneira de seguir atendendo o seu próprio consumidor é importar ao menos parte do volume necessário ao abastecimento ideal, o que também permitiria às processadoras brasileiras lidarem com o impacto de preços da matéria-prima”, explica.
Conforme Amaral, o governo eleito do Brasil deve rever as relações comerciais e buscar vender mais produtos transformados. “Não faz sentido exportar tanto grão e garantir a segurança alimentar de outro país sem a necessária reciprocidade de uma abertura comercial aos nossos produtos de maior valor agregado”, enfatiza.
Para isso, a Abiove trabalha em duas frentes. Na primeira, com o governo brasileiro, busca cadastrar fábricas de nacionais de farelo e óleo para torná-las aptas a exportar à China. Na segunda frente, incentiva o diálogo diplomático do Brasil com a China para buscar a abertura do mercado chinês. “Ainda que não exista a percepção de algo concreto até agora, o diálogo já foi estabelecido e há esperanças. Dependerá só da vontade do governo asiático”, resume, considerando que este, sim, seria o cenário ideal para a indústria nacional.