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agosto 10, 2023Técnica deve ser empregada levando-se em conta fatores essenciais para se alcançar os bons resultados, dizem especialistas
Dessecação pré-plantio é uma prática agrícola essencial para garantir o sucesso no cultivo da soja. Envolve a aplicação de herbicidas para eliminar as plantas daninhas presentes no campo antes do plantio, preparando o solo para receber as sementes da cultura principal. Um manejo adequado de dessecação traz inúmeros benefícios, como a redução da competição por recursos entre plantas daninhas e a soja, maior uniformidade na emergência das plantas e aumento da produtividade.
De acordo Vitor Anunciato, coordenador de tecnologia de aplicação da BRANDT Brasil – empresa de inovação tecnológica focada em fisiologia vegetal e tecnologia da aplicação –, o processo de dessecação pode envolver uma ou até três aplicações de herbicidas. Segundo ele, a primeira aplicação geralmente ocorre no manejo outonal, podendo ser seguida por outra aplicação sequencial. “Após essas aplicações, pode-se realizar outra no momento do plantio, seja na modalidade ‘aplique e plante’ ou ‘plante e aplique’. A escolha do número de aplicações dos herbicidas a serem utilizados e do intervalo entre as aplicações depende de fatores como as espécies e a população de plantas daninhas presentes na área e o nível de investimento desejado”, explica.
Anunciato afirma que uma dessecação bem-sucedida em pré-plantio deve levar em conta alguns fatores essenciais:
Momento da aplicação e condições climáticas
Tradicionalmente, a dessecação pré-plantio é realizada entre os meses de agosto e setembro, durante uma época seca no Brasil. Para obter a máxima eficácia, a aplicação do herbicida deve ocorrer de dois a três dias após uma chuva ou quando houver um acúmulo mínimo de 20 mm de precipitação, evitando-se a aplicação em períodos de estresse hídrico das plantas para a máxima eficiência dos herbicidas.
“A umidade relativa do ar também é baixa nessa época do ano, aumentando o risco de perdas por volatilidade dos herbicidas. Por isso, alguns produtores optam por realizar a dessecação durante o período noturno, aproveitando a maior umidade relativa do ar e aumentando a eficiência de certos herbicidas, como diquat e saflufenacil, que têm baixa atividade em condições de ausência de luz. Isso permite uma absorção mais eficiente”, diz Anunciato.
Seleção de herbicidas adequados
A escolha dos herbicidas é crucial para o sucesso da dessecação pré-plantio. É fundamental selecionar produtos eficazes no controle das principais plantas daninhas. “O ideal é escolher soluções que apresentam baixa persistência no solo ou alta seletividade para a cultura, evitando-se assim prejudicar o desenvolvimento inicial da cultura de soja”, comenta.
Henrique Plácido, Consultor de Pesquisa, Inovação e Assuntos Regulatórios da BRANDT Brasil, explica que os principais manejos utilizados incluem:
Glifosato + 2,4-D (primeira aplicação)
Essa combinação é amplamente utilizada para controlar plantas daninhas de folhas largas resistentes ao glifosato, aplicado de 30 a 15 dias antes da semeadura (DAS). “No entanto, é crucial ter cuidado ao preparar a mistura em tanque, ajustando a ordem de adição, a taxa de aplicação e o pH final da calda de pulverização para evitar incompatibilidades e garantir a eficiência do controle”, orienta.
Diquat + Diuron (aplicação sequencial)
Essa combinação de dois herbicidas de contato de ação rápida é amplamente empregada em manejo de dessecação com aplicação sequencial. “Deve ser realizada próximo ao plantio da cultura, garantindo um início livre de plantas daninhas para a cultura estabelecer-se com sucesso”, destaca o especialista.
Plácido comenta que em áreas com alta infestação de plantas daninhas e/ou amplo banco de sementes é comum a utilização de herbicidas com ação pré-emergente, posicionados para evitar novos fluxos de emergência de plantas daninhas no início do ciclo da cultura. Segundo ele, “entre os principais herbicidas com ação pré-emergente utilizados neste sistema, destacam-se Flumioxazina + Imazetapir, Diclosulan e Sulfentrazone”.
Algo muito importante a se considerar no manejo de entressafra é a possibilidade de o período residual do herbicida atingir a cultura após a semeadura, “por isso devemos sempre considerar o intervalo mínimo entre a aplicação de um herbicida e a semeadura do cultivo”, acrescenta Anunciato.
Utilização de produtos para melhorar a qualidade da pulverização
Devido às condições climáticas muitas vezes desfavoráveis e desafios que podem estar associados à dessecação pré-plantio é fundamental incluir no manejo adjuvantes para mitigar as perdas por baixa absorção e volatilidade dos herbicidas, aumentar a cobertura das folhas e garantir uma boa deposição dos herbicidas.
Segundo Plácido, “visando auxiliar a pulverização e mitigar possíveis falhas durante o processo é possível a utilização do Forseti, um adjuvante da linha INTEGRAS da BRANDT, de alta performance que aumenta a deposição e cobertura, apresentando alta redução de deriva e proteção de gotas e mantendo o pH da calda estável”. Ele diz ainda que “outro adjuvante da BRANDT, empresa americana que trouxe as tecnologias dos recordistas mundiais de produtividade de soja e milho para o Brasil, é o TriTek um óleo mineral pré-emulsionado que visa aumentar a absorção e proteção dos herbicidas aplicados”.
Adotando um manejo adequado, selecionando os herbicidas corretos e seguindo as boas práticas agrícolas e adjuvantes de alta qualidade, os agricultores podem obter resultados satisfatórios, aumentando a produtividade e a rentabilidade da cultura de soja. “Deve-se, porém, “lembrar-se de sempre de buscar orientação técnica especializada e seguir as recomendações dos fabricantes para garantir um manejo eficiente e sustentável”, finaliza Plácido.
Sobre a BRANDT
A BRANDT Brasil é uma subsidiária da norte-americana BRANDT, uma empresa agrícola líder, que atende agricultores em todo o mundo. Fundada em 1953, desenvolve tecnologias que atuam na fisiologia vegetal e tecnologia da aplicação e bioproteção para diversas culturas. Presente em mais de 80 países, com o propósito de respeitar o investimento do produtor entregando resultados reais no campo por meio de tecnologias inovadoras, as quais estão disponíveis numa grande rede de distribuidores. No Brasil desde 2015, possui sede em Cambé (PR) e filial em Olímpia (SP).