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Forte investimento em biometano no Sul
abril 10, 202509/04/2025 – O 7º Fórum Sul-brasileiro de Biogás e Biometano, realizado nesta semana em Bento Gonçalves (RS), com apresentação de vários painéis e cases, exposição de empresas e visitas técnicas, coloca em evidência o papel do biogás e biometano na produção sustentável de energia. O biometano, conforme a Agência Internacional de Energia, é considerado um dos principais vetores da transição energética global nos próximos anos, e o Brasil, um dos países com grande potencial neste sentido, reforçando os debates em torno do tema, que tem apoio oficial.
O diretor de Produção Sustentável do Ministério da Agricultura (Mapa), Bruno Brasil, presente em debate sobre o assunto e sua relação com a resiliência climática, na manhã de terça-feira, dia 8 de abril, no primeiro entre dez painéis da programação, realçou o papel do País na construção de uma economia sustentável e, em particular, no desenvolvimento do usodo biogás. “Vivemos um momento muito especial no setor, de crescimento e de convergência de várias políticas de incentivo”, afirmou.
O representante do ministério citou os programas Biocombustível do Futuro, RenovaBio (setor sucroenergético), políticas de energia que favorecem o biogás e o biometano, e o Plano ABC+, com meta específica e ousada de ampliar a utilização de biodigestores e biogás em propriedades rurais, aproveitando resíduos. Lembrou que está sendo atualizado o chamado “Plano Clima”, onde se destaca o efeito duplo deste recurso natural, de mitigação da emissão dos gases de efeito estufa e de adaptação como fonte alternativa de energia, além de prover biofertilizantes.
Pelo Rio Grande do Sul, a secretária do Meio Ambiente, Marjorie Kaufmann, referiu a inserção do Estado no ABC+ e projetos de incentivo ao biogás e biometano, também contemplados no projeto estadual Pró-Clima 2050. Ressaltou que “a alma da sustentabilidade se expressa no reaproveitamento de resíduos” e que há muito potencial na área. Outra debatedora, a consultora Roseane Santos, informou que o mercado no setor deve movimentar até R$ 60 bilhões em investimentos e utilizamos apenas 2% de sua capacidade. Mas observou que é importante haver segurança jurídica, estrutura de incentivos e sustentabilidade inclusiva, prevendo, por exemplo, tarifas diferenciadas.
O painelista convidado, Alessandro Sanches, do Instituto I17, enfocou opapel estratégico do biogás também na questão da resiliência climática, cada vez mais exigida diante da ampliação dos eventos adversos. Mencionou, entre outros aspectos, a capacidade de resposta em casos de colapsos de energia elétrica, como em enchentes e apagões, quando continua operando, e a adaptativa, como no uso de biofertilizante para manter a produtividade em períodos de estiagem. “A produção de biogás é uma estratégia transformadora neste sentido”, enfatizou.
A moderadora do painel, pesquisadora Suelen Paesi, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), enalteceu a integração e cooperação entre as diversas instâncias, que está muito presente nesta questão e se torna essencial no desenvolvimento esperado. A sétima edição do fórum, que é realizado anualmente, tem na coordenação, além da universidade gaúcha, a empresa pública de pesquisa Embrapa Aves e Suínos, de Concórdia (SC), o Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), de Foz do Iguaçu (PR), e a Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera).

Bruno Brasil, Mapa: Incentivos