Maior feira nacional da cafeicultura, a Expocafé, realizada no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Três Pontas (MG), encerrou-se na última sexta-feira, dia 19. A 20ª edição teve a participação de mais de 150 empresas, que apresentaram novas tecnologias para este setor – cuja produção nesta safra deve ser de mais de 47 milhões de sacas de café no Brasil. Durante a programação do evento, a Editora Gazeta circulou o recém lançado Anuário Brasileiro do Café 2017.
A feira recebeu visitantes de 18 estados, do Distrito Federal e dos países México e Colômbia. Cerca de 15 mil pessoas movimentaram mais de R$ 200 milhões em negócios. De acordo com o coordenador geral da Expocafé, Antônio Nunes, esse ano houve um aumento em 30% nas transações que acontecem durante a feira e no atendimento após o evento, diretamente com os clientes cadastrados. “Onze novas empresas já nos procuraram com a intenção de participar da próxima edição e cinco querem expandir sua área de estande”, afirma.
A prospecção de novos clientes, o público de qualidade e a antecipação da data do evento foram os pontos altos na avaliação do presidente da Pinhalense, Reymar Coutinho de Andrade. Segundo ele, a participação este ano foi muito vantajosa porque abriu possibilidades de potenciais clientes interessados em equipamentos para a próxima colheita, que será maior que a atual. “A antecipação da feira nos surpreendeu positivamente. Os cafeicultores compareceram, realizaram negócios e conheceram equipamentos já pensando na próxima safra”, disse o empresário, que recebeu produtores de regiões cafeeiras de São Paulo, Paraná e do Sul de Minas.
O casal Achiles e Cintia Santos, cafeicultores de Campos Gerais, encontrou condições favoráveis para a compra de uma nova colhedora para o café produzido na Fazenda Ribeirão da Onça. “Eu já conhecia a máquina, que é muito ágil em terrenos acidentados, mas na feira a gente compra com preços promocionais. É mais vantajoso”, explica.
Interação da cadeia produtiva
A Expocafé é ainda uma oportunidade de interação e debate entre diversos setores. Durante o evento, houve atividades como simpósio, minicursos e interação nos estandes para discussão de temas ligados à qualidade do café e tendências. Cafeicultores de algumas regiões cafeeiras do estado contaram suas experiências na atividade e apresentaram aos visitantes, bebidas especiais obtidas com tecnologias desenvolvidas pela Epamig e produzidas com muita dedicação.
Para a cafeicultora de Três Pontas, Carmem Lúcia de Brito, há um resgate da valorização não só da mulher, mas de todas as pessoas do campo que produzem alimento. “Implantei áreas experimentais em minha fazenda para conhecer cultivares que oferecem bebidas especiais. Tenho buscado informações e o apoio das instituições que detêm tecnologias”, conta.
Para o coordenador técnico da Expocafé, César Botelho, que é também coordenador do programa de cafeicultura da Epamig, a Expocafé cumpre a proposta de um espaço democrático para interação de técnicos com o cafeicultor. “Essa edição contou com vários lançamentos de produtos e muitas novidades. Além da oportunidade de bons negócios, o cafeicultor pode trocar experiências e receber orientações técnicas junto aos técnicos e pesquisadores”, completa.