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agosto 12, 2025O clima no Brasil tem oscilado entre extremos. Enquanto regiões do Sul e Sudeste enfrentaram geadas e quedas bruscas de temperatura, áreas do Centro-Oeste e do Nordeste já iniciam o mês de agosto sob forte calor e ar seco. Essa alternância acentuada de condições climáticas representa um desafio crescente para a agricultura nacional.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o mês de agosto tende a manter temperaturas acima da média em boa parte do país, com baixa umidade do ar. Em regiões como Cuiabá (MT), as máximas podem ultrapassar os 37 °C, enquanto a umidade relativa do ar despenca para menos de 25%. No interior do Nordeste e Centro-Oeste, o tempo seco também domina, o que prejudica o desenvolvimento de muitas culturas.
Ao mesmo tempo, a presença de massas de ar polar ainda mantém o risco de frio intenso e geadas em áreas do Sul e Sudeste. “Essa instabilidade climática deixa o produtor em estado de alerta constante. Geadas afetam diretamente folhas, frutos e mudas jovens, enquanto o calor excessivo e a baixa umidade reduzem a absorção de nutrientes e favorecem doenças”, explica Alexandre Craveiro, Diretor de P&D e sócio-fundador da Fertsan, empresa brasileira de inovação em insumos agrícolas.
Diante desse cenário de extremos, a adoção de estratégias de cultivo resilientes e o investimento em tecnologias de mitigação de riscos têm ganhado espaço no campo. Entre as soluções que vêm sendo adotadas por produtores estão os fisioativadores – produtos que atuam diretamente na fisiologia das plantas, ajudando a regular processos metabólicos e a estimular seus mecanismos naturais de defesa. “Essa tecnologia é essencial em um contexto em que o clima se torna cada vez menos previsível. Os fisioativadores permitem que a planta continue se desenvolvendo mesmo em condições adversas, como seca ou temperaturas muito baixas”, explica Craveiro.
Entre as empresas que atuam no desenvolvimento de soluções para enfrentar os impactos do clima no campo, a Fertsan tem investido em tecnologias à base de compostos naturais e nanotecnologia. A proposta é fortalecer o sistema de raízes das plantas – estrutura responsável por captar água e nutrientes do solo – e, com isso, ajudar no crescimento e na resistência das lavouras. Além disso, as fórmulas estimulam as defesas naturais contra pragas e doenças, que tendem a se espalhar com mais facilidade em períodos de estresse climático.
Com o avanço das mudanças no padrão climático, o agronegócio brasileiro é forçado a buscar soluções que aliem produtividade e resiliência. “Não há mais como contar com estações estáveis ou previsíveis. A tecnologia passa a ser uma aliada fundamental para manter a produção competitiva e sustentável. O foco agora não é só produzir mais, mas produzir melhor – mesmo em meio às adversidades”, conclui o especialista.