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Texto de Cássio Filter (cassio@editoragazeta.com.br). A matéria completa pode ser lida na página 10 do Jornal Gazeta do Sul desta quarta-feira.
São duas gigantes do mundo empresarial brasileiro que avalizam a nova tentativa de retomar o transporte hidroviário no Rio Grande do Sul. Juntas, Brasken e Wilson Sons, operadora de portos e responsável pelo Terminal de Contêineres do Porto de Rio Grande (Tecon), reativam a estrutura desativada desde 2009 junto ao Polo Petroquímico e fazem crer que a navegação fluvial gaúcha, vista como solução estratégica para a logística do Estado, possa estar, enfim, ressurgindo.
Os ganhos não seriam apenas econômicos, mas também sociais. Com capacidade para transportar até 50 mil contêineres por ano, caso atinja esse ápice, a rota fará com que mais de 100 mil viagens de caminhão de longo curso deixem de acontecer. “A partir de Triunfo, estimamos uma oferta de 110 mil contêineres num raio de 120 quilômetros e 80 mil em até 80 quilômetros, o que nos torna muito competitivos”, estima o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti.
As regiões dos vales dos rios Caí, Sinos, Taquari e Pardo, além da Serra, são a grande aposta dos investidores, que pretendem transportar resina, tabaco, couro, calçados, frango, aço e outros produtos já no início das operações. Num primeiro momento, serão duas viagens semanais em embarcação com capacidade para 85 contêineres de 40 pés.
A possibilidade é vista com entusiasmo por indústrias ligadas à cadeia do tabaco e operadores logísticos da região. O supervisor de compras da Philip Morris Brasil, Fernando Boettcher, foi pessoalmente conhecer a estrutura. E gostou do que viu. “É uma opção importante, já que o custo do transporte de cigarro pelo modal rodoviário é muito elevado. Certamente faremos algumas experiências para avaliar a relação custo-benefício”, revela Boettcher, que ressalta os bons resultados obtidos pela empresa com a cabotagem (transporte em navios pela costa) para enviar cigarros até Recife via porto de Rio Grande.
