São Paulo, 22 de maio de 2024 – Informações inéditas desenvolvidas pela Serasa Experian mostraram que a intensificação no uso da terra, com o sistema de cultivo de soja seguida de milho na mesma safra é uma prática da agricultura tropical brasileira consolidada em diversos estados. De acordo com dados revelados pelos mapeamentos da companhia, a penetração de milho segunda safra já atinge 36,8% da área de soja. Ou seja, em uma área total de 46 milhões de hectares cultivados na primeira safra com soja, 16 milhões foram reutilizados na segunda com milho (safra 2022/23).
“O melhoramento genético da soja e do milho, adaptados às condições da agricultura tropical e com ciclos cada vez mais curtos, tem provocado uma verdadeira revolução produtiva na agricultura brasileira. Mesmo sem irrigação, esse sistema já está presente em 15 Estados. Trata-se de um processo de intensificação do uso da terra com ganhos ambientais significativos. Ao invés de produzir 3,5 ton. de soja em um hectare, por exemplo, o método de duas safras anuais permite entregar cerca de 6 ou 7 ton. de milho em uma mesma safra. Utilizar esse processo é como economizar 16 milhões de hectares de áreas nativas, que não precisaram ser desmatadas já que a mesma área é aproveitada duas vezes ao ano”, comenta o diretor de novos negócios agro da Serasa Experian, Joel Risso.
Ainda para o especialista, “além disso, temos um movimento de expansão da área irrigada, que viabiliza a segunda safra em regiões de regime hídrico mais restrito. Com isso, é possível fazer até três safras em uma mesma área. Os impactos ambientais relacionados ao desmatamento evitados são gigantescos, em especial neste momento em que a conversão de áreas nativas se tornou uma preocupação global, inclusive, gerando restrições de acesso ao mercado”, finaliza.
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram as Unidades Federativas com o maior desempenho
Ainda sobre os dados inéditos, produzidos por meio de imagens de satélite, alguns Estados se destacaram em relação à penetração da segunda safra de milho sobre área de soja cultivada. O Mato Grosso, por exemplo, registrou o maior percentual, de 64,2%. Em seguida, também no Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul, com 60,4%. Por outro lado, regiões como a Bahia, em que a duração do período de chuvas é mais restrito, e o Amazonas, que tem áreas recentes de expansão agrícola, tiveram os menores percentuais.
Confira as análises da Serasa Experian, feitas com as quinze Unidades Federativas (UFs) em que se mapeiam áreas de produção de milho em larga escala, na tabela abaixo: