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agosto 31, 2017Menos de um ano depois de assumir a operação brasileira, a fabricante de tratores Mahindra tem um acelerado plano de expansão que inclui negócios em países da América Latina. O anúncio foi feito na última terça-feira, dia 29, na Expointer, pelo diretor-geral de Operações da Mahindra Brasil, Jak Torretta.
O avanço da empresa se dará em diferentes frentes. Com capacidade de montagem de 1 mil tratores por ano em Dois Irmãos (RS), a companhia projeta dobrar o volume de produção até 2022. Para isso, analisa a compra de uma fabricante de implementos ou tratores, ou mesmo a construção de uma nova fábrica. A empresa tem reservado US$ 70 milhões para investimentos nos próximos cinco anos, valor para a expansão e também aplicado na nacionalização de tratores fabricados em outros países pela marca originária da Índia.
“Estamos em negociações com municípios para a instalação de uma fábrica, mas a nossa preferência é ficar na Grande Porto Alegre. Se não montarmos mais em Dois Irmãos, deverá ficar na cidade um centro de distribuição de peças”, afirmou Torretta.
Focada na agricultura familiar – são 5 milhões de propriedades no país com esse perfil no país –, a Mahindra tem o pequeno e médio produtor rural como mercado consumidor. Com a finalidade de ampliar a atuação no Brasil, está em andamento um plano para reforçar a rede de concessionárias. Atualmente são 15 pontos de venda. A projeção é chegar a 20 até o fim do ano, basicamente no Sul e Sudeste.
“Além de onde já atuamos hoje, há compradores em potencial em São Paulo, Minas Gerais, sul da Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul”, acrescentou. Torretta disse que a marca pretende aumentar a presença no campo não somente com a venda de produtos, mas também auxiliando o pequeno e o médio produtor no gerenciamento da propriedade. “É um projeto da Mahindra para 2018. Vamos levar noções de gestão para produtores”, acrescentou.
Mahindra Finance
Outra facilidade para a aquisição de tratores da marca anunciada na Expointer foi a parceria da Mahindra Finance com o banco DLL. “Isso vai dar agilidade na contratação porque a agência ficará dentro da concessionária. Também vai oferecer financiamento para o estoque e ajudar no gerenciamento de caixa da concessionária”, explicou Jalison Cruz, gerente de Vendas e Marketing da Mahindra Brasil.
O banco de fábrica vai operar com crédito para financiamento de máquinas agrícolas da marca, incluindo Moderfrota e outras linhas do BNDES. Também será possível financiar equipamentos importados por meio de CDC (Crédito Direto ao Consumidor). Depois de consolidada a linha de tratores com potência de 26 a 95 cv, a marca começará a vender no país modelos de 110 e 130 cv. Montados na Coreia do Sul, serão lançados nos Estados Unidos em outubro. No próximo ano chegarão ao Brasil, incialmente importados, e em 12 meses devem estar nacionalizados. Com portfólio de até 130 cv de potência, a Mahindra terá produtos para 75% do mercado brasileiro de tratores.
Ao lado desses projetos, a empresa vai gerenciar a expansão da marca na América do Sul, podendo chegar até o México, onde há uma unidade que faz a montagem final de tratores. Os países com potencial de mercado são Paraguai, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai. Pelo fato de a matriz da Mahindra ter 35% da fabricante de colheitadeiras Sampo Rosenlew, da Finlândia, Torretta diz que está em estudo a fabricação de modelos dessas máquinas no Brasil. “Os finlandeses estão bem interessados em razão do potencial do agronegócio brasileiro. Seriam colheitadeiras voltadas para o pequeno e médio produtor”, informou.
Lançamentos Expointer
A Mahindra aproveita a Expointer 2017 para apresentar novidades. Entre os lançamentos estão tratores da série 6000-6060, família com potência de 55 a 75 cv. O regime de rotação baixa dos motores proporciona economia no consumo de combustível. Também estão no estande da marca o trator Max 26, importado do Japão, voltado para a produção de hortigranjeiros e de uva. O modelo 4530, fabricado na Índia, tem potência de 42 cv. A série 8000 S ganhou nova ergonomia, trazendo mais conforto para o operador.
E o 9500 S, uma evolução da linha 9200, passa a ter mais potência (95 cv) e um novo sistema hidráulico. Também está na feira o veículo de transporte de carga mPact, utilizado no deslocamento dentro da propriedade rural. Com tração 4×4 e motores a diesel ou gasolina, suporta todo o tipo de terreno. Na entrevista coletiva, Torretta definiu os tratores da Mahindra como robustos. O executivo explicou que a melhor forma de se ver isso é verificar quanto que um fabricante desembolsa com consertos em garantia sobre o faturamento total.
“A média da indústria, em tratores na nossa faixa de atuação, fica em 1,5%. Na Mahindra é de 0,4%. Experimentando os tratores da marca, o produtor notará a durabilidade e o menor consumo de combustível. Só pode dar cinco anos de garantia, como a Mahindra oferece, quem confia no que produz”, enfatizou Torretta.