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dezembro 4, 2018Simples Nacional é um sistema tributário menos burocrático e oneroso
Dados do Sindicato da Indústria do Vinho, Mosto de Uva, Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho no Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS) dão conta de que cerca de 250 vinícolas de pequeno porte aderiram ao Simples Nacional. É um sistema tributário menos burocrático e oneroso, destinado a empresas com faturamento de até R$ 400 mil mensais. A inclusão do setor vitivinícola no modelo era uma demanda antiga por parte de toda cadeia produtiva.
Para o diretor-executivo do Sindivinho-RS, Gilberto Pedrucci, que foi um dos primeiros empresários a aderir à novidade, a proposta muda muito o cenário para as vinícolas. “O que se observava nas pequenas empresas era a dificuldade de crédito para investimento, pelo pouco faturamento. Assim, ficava difícil ampliar a linha de produtos ou investir em tecnologia”, explica, ressaltando que algumas fábricas que estariam aptas à adesão preferiram ficar no sistema atual pela questão dos créditos tributários oriundos da comercialização.
Ainda de acordo com o executivo, a possibilidade de diminuição da carga tributária favorece muito a competitividade das pequenas vinícolas familiares. “É um valor que as empresas incorporam ao fluxo de caixa para fazer investimentos. As empresas grandes operam com menor custo, pois têm ganho em escala, estão estruturadas com centros de distribuição. Já destes empreendimentos que aderiram ao Simples Nacional, cerca de 90% é familiar”, contextualiza, destacando que esta é uma luta de pelo menos seis anos do setor.
A convergência de interesses e o discurso em uníssono são os dois motivos principais apontados pelo presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Oscar Ló, para que o segmento conseguisse alcançar esta demanda. “É fundamental a união, para que tenhamos resultados mais consistentes. E ao mesmo tempo é muito gratificante ver o setor trabalhar de maneira articulada”, diz.
Para o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Argenta, embora as empresas grandes acabem perdendo competitividade, ele considera que a medida vai beneficiar a perenidade do setor. “Hoje, o jovem só vai ficar no campo se for viável, rentável. Temos uma relação cultural com a uva e o vinho na região serrana do Rio Grande do Sul. É preciso criar condições para que isso permaneça, se perpetue”, comenta.