Foi inaugurada nessa segunda-feira, em Campinas (SP), a Embrapa Territorial. A nova unidade resulta da unificação e integração de três instituições já existentes: o Grupo de Inteligência Territorial Estratégica, a Embrapa Gestão Territorial e a Embrapa Monitoramento por Satélite. A cerimônia contou com a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado São Paulo, Arnaldo Jardim, do prefeito de Campinas, Jonas Donizette, do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, além de diversas outras autoridades. Muitos produtores rurais e representantes de entidades de classe do agronegócio também estiveram na inauguração.
A Embrapa Territorial trabalhará com a dinâmica temporal e espacial da agricultura, o uso e a ocupação das terras pela agropecuária brasileira e as atuais demandas para ampliar sua competitividade e sustentabilidade. A nova Unidade inicia suas atividades com três metas: um sistema de inteligência territorial para a macrologística agropecuária; a continuidade do mapeamento e análise das áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa nos imóveis rurais com os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a estruturação de um sistema de inteligência, gestão e monitoramento territorial para os cerrados do Brasil.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, explicou que a inauguração da Unidade faz parte da reestruturação da Embrapa para racionalização de recursos, porém, mais do que isso, atende a um “grande esforço para fortalecer o conceito de inteligência territorial estratégica”. “A Embrapa, que foi criada como uma empresa muito atenta aos sistemas produtivos, cada vez mais tem que lançar um olhar para o território”, lembrou.
Chefe-geral da Embrapa Territorial, o pesquisador Evaristo de Miranda mostrou que a mudança acompanha a evolução da tecnologia. “Há 30 anos, começamos a usar satélites e geotecnologias, investimos muito no conhecimento desses instrumentos, mas hoje esse conhecimento já amadureceu. Não se trata mais de ficar estudando dados de satélite ou ferramentas como a geotecnologia. Nós vamos usar essas ferramentas, mas nosso foco agora é a agricultura brasileira, o uso e ocupação das terras no Brasil, a dinâmica espacial, dinâmica temporal, o caminho das safras”, explicou.
O ministro Blairo Maggi citou como exemplo de aplicação dessas ferramentas para entender a agricultura o estudo da macrologística do setor. “A macrologística está mostrando que, muitas vezes, se pensa em grandes linhas férreas ou grandes extensões de estradas, mas, se você ligar, com 100 quilômetros, uma estrada na outra, você tem um escoamento de safra muito interessante”, exemplificou. “A Embrapa Territorial, com a plataforma e a expertise que os técnicos aqui têm, vai colocar os dados à disposição do governo, para que possamos fazer planejamento, e a própria iniciativa privada vai usar esses dados para pensar o seu negócio”.