
Estado espera boa safra de arroz
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março 6, 2025Diferente do ano passado, quando a enchente causou perdas significativas no estado gaúcho, a previsão para este ano é de uma safra completa e produtiva
Responsável por 70% da produção de arroz no Brasil, o Rio Grande do Sul deu início oficialmente, nesta semana, à Colheita do Arroz e Grãos 2024/2025 em Terras Baixas. As primeiras colheitas na região central do estado apresentam um bom percentual de grãos inteiros, com uma quantidade moderada de grãos gessados e barriga branca, mantendo-se dentro das expectativas para uma safra de qualidade.
Diferente do ano passado, quando a enchente causou perdas significativas, a previsão para este ano é de uma colheita completa e produtiva. A afirmação é de Guilherme Pereira dos Santos, coordenador do laboratório da empresa Dickow Alimentos Ltda, de Agudo (RS). A cidade, banhada pelo rio Jacuí, foi uma das localidades fortemente afetadas pela enchente de 2024.
Contudo, a expectativa para a safra atual é positiva, segundo Guilherme, com a previsão de que toda a área plantada seja colhida a tempo e que a produtividade atenda às exigências da indústria. Tradicionalmente, a região central do estado produz arroz de alta qualidade, um diferencial valorizado pelo mercado.
A determinação do ponto ideal de colheita é um fator fundamental para garantir a qualidade do arroz. Quando colhido com umidade muito alta, em torno de 25% a 26%, o grão fica mais suscetível ao amassamento e à dificuldade na debulha, resultando em perdas significativas ao produtor. Por outro lado, se a umidade estiver muito baixa, entre 16% e 17%, o rendimento de grãos inteiros será reduzido, pois os grãos permanecem mais tempo expostos na lavoura, tornando-se vulneráveis ao ataque de pragas e às variações climáticas, impactando diretamente o preço pago ao produtor.
“O ideal é que a colheita ocorra quando a umidade do grão estiver entre 19% e 23%, pois esse intervalo permite um processo eficiente e garante um alto rendimento de grãos inteiros. Dessa forma, atende-se tanto à necessidade do produtor quanto às exigências da indústria e do consumidor final, que busca um arroz tipo 1, com grãos longos, translúcidos e soltinhos, proporcionando um bom volume na panela”, explica Guilherme.
Outro aspecto destacado por ele é que, após a colheita, o armazenamento do arroz requer cuidados específicos, como o controle da umidade, da temperatura da massa de grãos, da presença de impurezas e da infestação por pragas. “A umidade elevada pode acelerar o metabolismo do grão, levando a defeitos como o amarelamento, enquanto umidades muito baixas podem causar perdas de peso e volume devido à remoção excessiva da água, tornando o produto excessivamente seco. Portanto, manter a umidade dentro de níveis adequados é essencial para preservar a qualidade e a quantidade do arroz armazenado pelo maior tempo possível”, avalia.
O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, que detém a marca Motomco de medidores de grãos, ressalta que a safra de arroz requer muita atenção, pois a condição dos grãos é influenciada por diversos fatores, desde a semeadura até a colheita nos momentos corretos, evitando impactos na produtividade.
“Durante o armazenamento, devem ser tomadas medidas como o monitoramento da umidade e da temperatura, aeração e controle de doenças para evitar perdas e garantir a qualidade e a segurança do arroz”, afirma Smolareck. “Máquinas, equipamentos e determinadores de umidade devem estar bem conservados e regulados para não prejudicar o valor do produto, tanto para o produtor quanto para os armazéns compradores do grão.”
A cadeia produtiva do arroz no Rio Grande do Sul envolve cerca de 18 mil produtores, distribuídos em 180 municípios, além de 200 indústrias beneficiadoras. Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontam que o estado plantou 970.194 hectares de arroz nesta safra, um crescimento de 7,8% em relação ao ano passado. O arroz é o segundo produto de maior importância na agricultura gaúcha, ficando atrás apenas da soja.
Sobre Loc Solution/Motomco – A Loc Solution, com sede em Curitiba, é a detentora da marca Motomco de medidores de umidade de grãos. A empresa fabrica, comercializa e aluga os equipamentos, sendo referência em diversas regiões agrícolas do país. De origem canadense, a Motomco é líder nacional no segmento de medidores de umidade de grãos. Mais informações podem ser encontradas em motomco.com.br.