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Equilíbrio perfeito entre a doçura e a acidez da vossa majestade, a lichia é uma fruta reconhecida em diversos locais do mundo justamente por imprimir sabor único ao paladar. Popular na Ásia, com uma literatura que registra produção já em 1500 A.C no sul da China, o alimento chegou ao Brasil por volta de 1800 como um presente ao governo brasileiro. As sementes foram plantadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, mas, para ser apreciada de verdade, as produções comerciais só foram se estabelecer por volta de 1970.
A fruta é tema de episódio da série “De Lá Pra Cá” com a participação da produtora de lichia e gestora da Fazenda Olhos D’Água, localizada em Mateus Leme (MG), Patricia Nogueira que deu detalhes exclusivos sobre a fruta no país durante entrevista para o coordenador do Movimento Todos a Uma Só Voz, Ricardo Nicodemos que conduz a série “De Lá Pra Cá”, explicando de onde vem o que consumimos.
“Nossa história começou de uma maneira bem inusitada. Meu marido tinha uma propriedade produtiva e trouxe um engenheiro agrônomo para nos auxiliar a identificar um novo cultivo para o local. Próximo à sede tínhamos um pé de lichia – que nem sabíamos ao certo de onde tinha vindo. Meu marido, muito curioso, plantava diversas mudas e sementes pela propriedade para termos um pouco de tudo. Porém, ao ver o pé, o profissional nos alertou que, daquele tamanho, a plantação deveria ter em torno de quatro a cinco anos, onde na realidade tinha somente entre dois a três anos”, inicia a história a CEO da Red Lychee. Vendo a possibilidade desse novo cultivo, os estudos foram aprofundados e se identificou um solo com composição mineral diferenciada, muito rara, com um micro clima favorável e uma fonte de água natural pura. “Isso foi a cerca de 10 anos atrás e desde então estamos construindo nossa história com a lichia”, conta.
História essa escrita com diversos desafios. A fruta é de um cuidado muito melindroso, em que é preciso ter um estudo detalhado da parte nutricional da planta, um controle de pragas bem feito e uma atenção rigorosa ao processo. Afinal, só se tem uma colheita no ano, como explica Patrícia.
Para ter sucesso nesse negócio, a gestora menciona ainda a necessidade de reconhecer cada passo da planta até se tornar fruto na mesa dos consumidores. “Hoje no Brasil a florada ocorre no período seco, de inverno, entre julho e setembro. Depois a maturação do fruto ocorre no segundo semestre, onde a planta “pede” umidade para crescer. Enfim, chegamos a colheita que ocorre entre novembro e janeiro”, diz. É justamente por isso que a lichia se tornou uma fruta com tamanha referência natalina, porque sua disponibilidade ocorre entre a última semana de novembro até 15 de janeiro – mas, graças aos esforços conjuntos em fortalecer a produção de lichia já está extrapolando esse conceito de fruta exclusivamente para as festas de fim de ano. “Uma pergunta comum é sobre as safras, muitos consumidores gostariam de duas ao ano, infelizmente, porém, não temos. Ainda assim opções continuam a surgir no mercado, como polpas e geleias, que podem ajudar a matar a vontade e seguir fortalecendo as produções”, diz.
E, realmente, essas produções precisam ser reconhecidas por sua força e determinação. Para ter ideia, os 11 meses de cuidado com o pomar se transformam em apenas 40 dias de colheita. E, para chegar até aí, são cerca de cinco anos até estabelecer um volume de cultivo comercial. “Impressionante, o produtor assume todos os riscos, por todo esse tempo, com dedicação e investimento de dinheiro e tempo, para levar a fruta para a casa das pessoas. Não há outro nome senão paixão do produtor”, elogia Ricardo Nicodemos.
Patrícia Nogueira concorda que esse é um negócio de risco, mas apaixonante. Todo esse trabalho que leva anos nos campos vai para as prateleiras dos supermercados com tempo útil de apenas 2 a 3 dias, e quando refrigerada, até 12 dias. “Temos muitos desafios, o plantio é longo, a colheita é curta, temos que ter o cuidado com a embalagem, estou sempre pesquisando e investindo em tecnologias que possam garantir mais tempo à fruta com a mesma alta qualidade, e apesar desses obstáculos amamos profundamente o que fazemos”, pontua e completa: “É justamente por isso que ações como a série ‘De Lá Pra Cá’ são importantes para nós, é uma oportunidade de levar até o consumidor todo esse trabalho, a história por trás da fruta que está à mão”, afirma a profissional acreditando que, desse modo, as pessoas passarão a consumir sentindo ainda mais o sabor dessas produções.
Como inovar ao consumir lichia
Rica em vitaminas, como complexo C de fortalecimento de imunidade e antioxidantes, a lichia traz nutrição com gosto único que pode ser explorado muito além das frutas frescas. Sucos, conservas, geleias, aplicações em pratos gastronômicos são algumas das opções que o mercado já vem se atentando.
“Falar sobre essas possibilidades de consumo é importante para nós. A lichia vem se popularizando nos últimos anos e ultrapassou o status de ‘fruta do natal’, e justamente por isso começou a se abrir novos mercados. Por isso apoiamos e precisamos de iniciativas como essa, que divulgam e promovem não somente o consumo, mas de onde vem o que consumimos”, diz a produtora.
Para saber informações exclusivas sobre plantio e outras histórias curiosas é preciso acessar o episódio frutas disponível no canal do YouTube do Movimento Todos A Uma Só Voz. Acesse pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=X0xGROFhO9U.
De Lá Pra Cá
A série “De La Pra Cá”, idealizada pelo Movimento Todos a Uma Só Voz, quer mostrar o caminho que os produtos percorrem, saindo do campo até chegarem à mesa do consumidor, seja em sua casa ou nos bares e restaurantes. Tudo com uma linguagem informal e acessível.
Por meio desta narrativa compreensível por todos, pretende conectar a cadeia produtiva do Agro, estimulando a empatia da população urbana pelo campo e pelos produtores rurais, fortalecendo a imagem do agronegócio nacional, gerando oportunidades de negócios e compartilhando conhecimento para todos.
O episódio Frutas da série “De Lá Pra Cá” teve o apoio e patrocínio da Abrafrutas, CropLife, Corteva, Polpanorte e apoio institucional da Esalq-USP.
Sobre o Todos a Uma Só Voz
Lançado oficialmente em fevereiro de 2021, conta com a ajuda de diversas associações, empresas e profissionais que trabalham unidos em prol de gerar e disseminar conhecimentos de boa qualidade e estimular a empatia da população urbana pelo campo e pelos produtores e produtoras.
O Movimento tem o apoio institucional da ESALQ-USP, ABAG, ABAGRP, ABCC, ABIA, ABIARROZ, ABIEC, ABISOLO, ABITRIGO, ABMRA, ABPA, ABRAFRUTAS, ABRALEITE, ABRASEL, AGROLIGADAS, AGRORESET, AIPC, AMA BRASIL, ANDA, ANDAV, APROSOJA-RO, ASBRAM, CAPITALISMO CONSCIENTE, CECAFÉ, CICARNE, CLIMATEMPO, CONGRESSO DAS MULHERES, FENEP, GRUPO MULHERES DO BRASIL (COMITÊ AGRONEGÓCIO), IBÁ, IBRAHORT, LIGA DO AGRO, MKT DO AGRO, PECEGE, SAE BRASIL, SINDAN, SINDIRAÇÕES, SISTEMA OCB, SNA, YAMI.
Tem o apoio comercial das empresas Agroline, Attuale, Coelho&Morello, Companhia de Estágios, Lamarca, RCom, RV Mondel, TrahLahLah.
Para saber mais sobre o movimento, acesse: http://www.todosaumasovoz.com.br