O presidente Michel Temer, acompanhado do ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, e do presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, anunciou nesta quinta-feira, em Ribeirão Preto (SP), a liberação de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra agrícola 2017/2018 – 20% a mais do que o valor destinado no ano anterior à aquisição antecipada de insumos.
Em seu discurso, Temer disse que encontrou o País com 12 milhões de desempregados e que foi aconselhado a “grudar” no agronegócio para reduzir esse número. O ministro interino da Agricultura reforçou que um a cada três empregos gerados vem da agricultura. “Quanto mais recursos, mais emprego, mais renda”, afirmou Novacki. O presidente também destacou ter iniciado grandes reformas que o Brasil precisa fazer e que, no caso do agronegócio, o importante é ter financiamento que o setor vai bem.
A crise econômica, que Novacki disse estar ficando para trás, “teria sido mais grave não fosse o desempenho da atividade agropecuária no País”. O ministro interino observou que o produtor, mesmo diante de todas as dificuldades, produz com qualidade, é competitivo e alavanca a economia. “Estamos deixando para trás a crise política e econômica sem convulsão, porque não houve desabastecimento”. A antecipação do pré-custeio pelo Banco do Brasil em duas semanas, segundo ele, é muito oportuna.
Novacki falou ainda sobre a importância da sustentabilidade, da contribuição dada pelos produtores à preservação ambiental, que precisa ser reconhecida no exterior. “O mundo inteiro sabe que somos grandes produtores e exportadores de alimentos. O que não sabe é que nosso agricultor produz com sustentabilidade, mantendo parte de sua propriedade intacta.”
“Somos players competitivos, preservando 61% da vegetação nativa, de acordo com dados levantados pela Embrapa. Não aceitamos a pecha de que não respeitamos o meio ambiente. Também não aceitamos trabalho escravo e infantil”, disse o ministro, que chamou atenção ainda para a desburocratização do setor, a partir da implantação do Plano Agro+, em agosto do ano passado.
Recursos
O volume de crédito ofertado pelo Banco do Brasil é oriundo de captações próprias da Poupança Rural e de Depósitos à Vista. Os recursos estão disponíveis a médios produtores por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais), com taxas de 8,5% ao ano e teto até R$ 780 mil. Os demais produtores rurais acessam o crédito com encargos de 9,5% ao ano até o teto de R$ 1,32 milhão por beneficiário.
A antecipação dos financiamentos de custeio se destina a culturas da safra de verão 2017/2018, como soja, milho, arroz e café, e permite melhores condições aos produtores para o planejamento de suas compras junto aos fornecedores. Além disso, contribui para o incremento das vendas de sementes, fertilizantes e defensivos.
Paulo Caffarelli disse que dos R$ 736 bilhões que o banco tem para emprestar, 25% se destinam ao agronegócio e que esse é o segmento de menor inadimplência, de 0,96%. O presidente do BB informou que, até o fim do ano, a instituição terá mais 60 agências com engenheiros agrônomos e extensão horário para atender ao setor.
Também participaram do evento o governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, e o vice-presidente do Agronegócio do BB, Tarcísio Hübner, além de parlamentares, prefeitos da região e do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.