Fortalecer e ampliar a classe média rural para acelerar o desenvolvimento do setor agropecuário de forma equilibrada e contribuir para a retomada do crescimento econômico do País. A estratégia faz parte das ações prioritárias da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e foi detalhada pelo presidente da entidade, João Martins, nessa quarta-feira, em um seminário promovido pelo jornal Correio Braziliense para discutir os rumos do Brasil em 2017.
Ao participar do painel “A base para a retomada do crescimento”, Martins destacou, em sua apresentação, uma série de fatores que, apesar da crise econômica e do impacto do clima nas lavouras, mostram como a agropecuária se destacou nos últimos anos. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve terminar o ano com crescimento entre 2,5% e 3%. A participação da agropecuária na economia subirá de 21,5%, em 2015, para 23% ao final de 2016. E as exportações de 46% para 48%, com o agronegócio fechando o ano com saldo positivo na geração de novos postos de trabalho.
“Embora seja o único setor da economia em crescimento e tenha sustentado seguidos superávits da balança comercial e o abastecimento interno, a agropecuária brasileira não está imune à crise enfrentada pelo país”, afirmou Martins. Para alcançar o objetivo de fortalecer a classe média rural, a CNA defende algumas ações prioritárias: lei agrícola mais consistente, prioridade ao seguro rural e investimentos em infraestrutura e logística para melhorar a competitividade no mercado internacional, além de uma assistência técnica eficiente para levar tecnologia ao médio produtor.
“O produtor rural é imbatível na eficiência da porteira para dentro da propriedade, mas quando sai enfrenta dificuldades para escoar sua produção”, afirmou Martins. As medidas ajudariam não só a movimentar os elos da agropecuária brasileira como seriam fundamentais para tirar o Brasil da crise ao promover a melhoria dos indicadores econômicos e sociais.
Junto com o presidente da CNA, estiveram presentes os presidentes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, e o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes.
PEC dos Gastos – O seminário também reuniu o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário-executivo do Programa de Parceira de Investimentos (PPI), Moreira Franco. Meirelles falou sobre as perspectivas para 2017 e comemorou a aprovação, pelo Congresso Nacional, da proposta que, pela primeira vez, incorporou na Constituição um teto para os gastos públicos. Segundo ele, até então, havia apenas cortes temporários de despesas e aumentos permanentes de impostos.