Expoagro Afubra defende setor produtivo

A defesa da fumicultura e a necessidade de apoio aos agricultores que enfrentam problemas por causa de problemas climáticos, como enchentes e estiagens, junto com os 70 anos de existência da entidade promotora, foram destacados na abertura da 23ª Expoagro Afubra, maior feira de agricultura familiar no País, realizada entre os dias 25 e 28 de março deste ano, no Parque de Exposições situado em Rincão del Rey, Rio Pardo/RS. O presidente da Associação dos Fumicultores, Marcílio Drescher, lembrou o trabalho desenvolvido na história da instituição, que, além da defesa dos produtores e da produção de tabaco, tem entre seus objetivos, desde a fundação, a diversificação das propriedades, para o seu fortalecimento.

Autoridades presentes defenderam o apoio ao setor produtivo, ainda mais necessário diante das questões climáticas, como ressaltou o prefeito anfitrião Rogério Monteiro. Pela Assembleia Legislativa, além dehomenagem oficial da deputada Kelly Moraes à Afubra pela defesa de setor tão combatido, o deputado Edivilson Brum cobrou maior reconhecimento da cultura de tabaco, “uma das mais importantes do agro”. Por parte da Câmara Federal, o deputado Marcelo Moraes referiu que a atividade movimenta os municípios, o produto é o segundo mais exportado no Estado e, de modo geral, “é o mais perseguido, o que requer união de forças na sua defesa”.

O vice-governador do Estado, Gabriel Souza, representou o governador Eduardo Leite, que tinha agenda em Brasília na defesa da agricultura. Ressaltou que a produção de tabaco é fundamental na economia gaúcha, gerando emprego e renda para cerca de 70 mil famílias de agricultores, além de outro expressivo número de empregados nas indústrias. De modo geral, além de referir projeto estadual de irrigação, mencionou as dificuldades enfrentadas por produtores rurais gaúchos com eventos climáticos e a exigência de tratamento federal diferenciado, como a interrupção de financiamento a vencer em maio próximo e a aprovação de securitização, com a postergação de dívidas.

PROTEÇÃO DO SOLO

Diante de danos climáticos que têm aumentado, mais uma ação voltada à proteção do solo foi lançada no primeiro dia da Expoagro. O SindicatoInterestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e a Embrapa Clima Temperado assinaram documento de cooperação técnica, em que, durante 60 meses, serão coletadas amostras para diagnóstico da qualidade física, química e biológica, da mesofauna e dos estoques de carbono em 33 propriedades de 11 microrregiões produtoras de tabaco no Sul, além de desenvolver planos de intervenção e monitoramento.

“Esta é mais uma ação de grande envergadura do setor de tabaco que vai possibilitar a promoção da qualidade do solo e da sustentabilidade em unidades produtoras de tabaco. Os produtores, em sua grande maioria, já adotam práticas conservacionistas, mas teremos pela frente cinco anos de aprendizados conjuntos e que certamente trarão bons resultados no futuro”, afirmou Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, reiterando sua relevância para que o setor, maior exportador de tabaco, continue comercializando entre 20 a 30% do total mundial.

Por parte da unidade da Embrapa, o pesquisador Adilson Bamberg fez menção aos estragos das fortes enchentes no Estado, com dados mostrando redução das amostras saudáveis de 56% para 42% depois da catástrofe, e reforçando o desafio de cuidar ainda mais do solo, a que se propõe esta parceria. A chefe-adjunta de Pesquisa, Rosane Martinazzo, e o chefe-geral Waldyr Stumpf salientaram que o projeto vem para auxiliar os produtores e o Estado na recuperação destes efeitos e na preservação futura.
Também foi relançada na Expoagro a ação conjunta do setor que trata do cultivo de outras culturas após o tabaco, com o Programa “Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades”. A iniciativa complementa ações que já vinham sendo conduzidas pela indústria de tabaco desde 1985, para estimular a diversificação e melhor aproveitamento das propriedades. O lançamento da etapa gaúcha, que será seguido da catarinense e paranaense, registrou a participação do SindiTabaco, Afubra, federações de produtores (Fetag e Farsul) e governo do Estado, e mostrou que, além de diversificar, gerar renda e otimizar recursos, a iniciativa também visa proteger o solo.