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O Sul do País ganha em 2025 um expressivo empreendimento na geração de biogás e biometano a partir de resíduos industriais. O Grupo Energisa, com mais de 120 anos de história e presença em 97% do território brasileiro, está implantando e deve começar a operar em setembro deste ano a primeira planta de grande porte deste setor em Santa Catarina, no município de Campos Novos, como anunciou durante o 7º Fórum Sul-brasileiro de Biogás e Biometano, em 8 de abril, na cidade de Bento Gonçalves (RS).
Com capacidade para produzir até 25 mil metros cúbicos/dia de biometano, a partir do tratamento diário de 350 toneladas de resíduos, além de gerar 3.500 toneladas mensais de biofertilizantes, deverá ser a unidade no segmento com maior nível tecnológico e porte no Sul. O projeto, segundo a empresa, utiliza tecnologias de ponta adotadas na Europa, incluindo biodigestores de alta eficiência, reatores de grandesdimensões e sistemas automatizados de gerenciamento de processos.
O grupo ingressou na área de biogás e biometano em 2023, mas, conforme salienta o seu gerente de Engenharia, Luiz Fernando Tomasini, as fontes renováveis estão no seu DNA desde o início em 1905 na Zona da Mata Mineira, com geração e distribuição de energia hidrelétrica. “A Região Sul, com seu forte polo agroindustrial, é estratégica para o avanço da nossa atuação no segmento de biometano, criando uma oportunidade única de geração de energia limpa e renovável, com impacto direto na economia circular e na sustentabilidade da cadeia produtiva”, afirma.
O dirigente observa que será oferecida estrutura na região Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina, e também para regiões próximas de estados vizinhos, especialmente planejada para completar o ciclo dos resíduos industriais (em especial, de estações de tratamento de frigoríficos e unidades de leite) com destino seguro e valorização energética. O material será transformado em biogás e, com refino, em biometano, que pode voltar às próprias agroindústrias, substituindo combustíveis de origem fóssil. “Será entregue ao cliente gerador de resíduos uma descarbonização completa do processo, junto com redução de custos”, assinala.
Além disso, Tomasini destaca a outra vertente de destinação final da produção, os biofertilizantes, onde se salienta parceria com a Embrapa. Esses insumos deverão ser obtidos a partir de biodigeridos no processo eoutros complementos naturais fibrosos, que retornam assim à área original, dentro do princípio da economia circular. No conjunto do investimento, que deve chegar próximo dos R$ 100 milhões, cita que o Grupo Energisa mostra seu compromisso com o desenvolvimento da cadeia de valor do biometano, lembrando que “não é apenas uma solução energética, mas também uma estratégia de impacto socioambiental”.
“Ao promover a gestão sustentável de resíduos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 80%, estamos contribuindo ativamente para o futuro do setor energético brasileiro”, complementa o representante da empresa. Refere ainda incentivos de legislações, com a do Combustível do Futuro, que prevê mistura de biometano de 1 a 10% no gás natural, e a dos créditos de carbono, como impulsos a um setor com muito potencial. O grupo pretende seguir investindo com prudência e perspetiva de abranger várias regiões do País e utilizar variadas fontes de geração de biogás.

Gerente Tomasini: “Gestão sustentável de resíduos”