Anuário Brasileiro de Cana-de-açúcar 2017 - page 7

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inguém segura a cadeia produtiva da cana-de-açú-
car. Se o País se ressente, já há alguns meses, dos
efeitos da recessão na economia, o setor da cana
aprendeu a contornar adversidades e a manter os
seus planos de investimentos e de trabalho. O si-
nal mais claro desse empenho transparece na safra 2016/17,
que apresentou amaior área colhida em território nacional, com
mais de 9 milhões de hectares. Essas lavouras estiveram ampla-
mente concentradas na região Centro-Sul, o maior polo nacio-
nal de produção e de atividade industrial. Mas emoutras regiões
brasileiras os canaviais igualmente ostentam índices dignos de
comemoração, com reflexos diretos sobre a socioeconomia.
E a matéria-prima retirada das plantações alimenta uma gi-
gantesca e formidável engrenagem, a partir da qual são disponi-
bilizados alguns dos produtos mais essenciais ao ritmo de vida
contemporâneo. O Brasil é, por exemplo, o maior exportador
mundial de açúcar, alimento demandado em volumes crescen-
tes. Muitas nações no planeta têm na indústria brasileira a ga-
rantia de fornecimento para as suas necessidades. E o País não
é apenas umestratégico parceiro no que tange a volumes dispo-
nibilizados. A qualidade e a variedade do açúcar brasileiro ofere-
cemaos clientes a certeza de regularidade na oferta.
E se o açúcar acaba sendo o produto que mais rapidamen-
te vem à memória (já evidenciado no próprio nome da planta),
nas últimas décadas o etanol, para abastecer a frota de carros,
elevou-se a um patamar de forte relevância. Os industriais bra-
sileiros têma possibilidade de direcionar amatéria-prima para o
nichoque apresentarmelhor retorno, oumelhor garantiade sus-
tentabilidade para a sua empresa. Graças a essa versatilidade, o
Brasil é hoje referênciamundial na elaboração de etanol.
Em outra frente, a geração de energia elétrica a partir dos
resíduos da atividade industrial, a exemplo do bagaço resultan-
te do esmagamento da planta, tem sido um rentável nicho des-
sa cadeia. Numprimeiromomento, a energia supre as necessida-
des internas de cadausina; adiante, torna-se fontede receita, com
a disponibilização do excedente para a rede nacional. Por tal es-
tratégia, o setor temcontribuído para o suprimento do País.
Por fim, com forte expressão cultural, a elaboração da apre-
ciada cachaça é outro segmento que, desde sempre, é vincula-
do ao setor canavicultor, valorizado emespecial como incremen-
todas exportações. Por todos esses desdobramentos, e por novos
papéisqueapesquisaea inovação tecnológica têmprospectado,
a cana-de-açúcar se impõe na geração de divisas. E essa impor-
tância, claro, só tende a crescer, ano a ano.
Boa leitura!
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Sílvio Ávila
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