Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018 - page 13

A fruticultura brasileira reúne atrativos
e condições favoráveis para produzir e ex-
portar mais frutas ao longo do ano. A pro-
dução foi estimada em 43,5 milhões de
toneladas para 2017, abaixo das 44,8 mi-
lhões de toneladas do ano anterior, se-
gundo a Associação Brasileira dos Produ-
tores Exportadores de Frutas e Derivados
(Abrafrutas). A produção de frutas poderá
aumentar 5% em 2018, beneficiada pelo
clima favorável, projeta Eduardo Bran-
dão, assessor técnico da Comisão de Fru-
ticultura da Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil (CNA). Portanto, o vo-
lume total de frutas poderá chegar a 45,6
milhões de toneladas.
A associação considerou os dados do
ano informados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e os for-
necidos pelos associados. Somadas, 22
espécies de frutas resultaram em 38,8 mi-
lhões de toneladas em 2016, conforme o
IBGE. Esse é o total mais recente divulga-
do pelo instituto.
Considerada pouco expressiva, a ex-
portação de frutas frescas e derivados, in-
cluindo nozes e castanhas, totalizou US$
946,792 milhões e 878,400 mil tonela-
das em 2017, com as respectivas altas de
11,2% e 7,83%. O embarque sem nozes e
castanhas foi de US$ 812,846 milhões e
861,501 mil toneladas. Já a importação foi
deUS$723,908milhões e494,906mil tone-
ladas em2017, comnozes e castanhas.
A meta estipulada pela Abrafrutas e
pela CNA é exportar US$ 1 bilhão de frutas,
sem a inclusão
do valor de no-
zes e castanhas, até
2020. Inclusive, o valor
projetado pode ser alcan-
çado antes de 2020. “As ne-
gociações para exportar melão e
melancia para a China estão adian-
tadas”, relata Brandão. Tambémhavia a
possibilidade de aumentar os envios para
países do Mercosul e da União Europeia.
Hoje, o País, apesar de produzir o terceiro
maior volume de frutas do mundo, é o 23º
no
ranking
dos exportadores globais.
Brandão reconhece o esforço do gover-
nonaaberturademercadosnosdiasatuais.
No entanto, ainda há enorme passivo nos
acordos bilaterais, que coloca o setor fruti-
cultor em desvantagem perante os princi-
paiscompetidores das Américas. Apesar do
empenho em reduzir a burocracia nos pro-
cessos de exportação, ainda hámuito a ser
feito para redesenhar esses processos utili-
zando os benefícios da tecnologia de infor-
mação, por exemplo. Além disso, é preciso
acelerar a modernização de estradas, por-
tos e aeroportos no País. “Frutas são pere-
cíveis e precisam de agilidade em todos os
passos que antecedem a chegada do pro-
duto ao consumidor”, lembra.
l
EM CASA
Amaior partedas frutas produzidas édemandadapelapopulaçãobrasileira epela
indústria processadora. O consumo regular de frutas e hortaliças evoluiu de 33% em
2008 para 35,2%em2016, de acordo coma Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco
e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feita peloMinisté-
rio da Saúde. Apenas um entre três adultos consumiram frutas e hortaliças em cinco
dias da semana em2016. Ameta doministério é estimular o aumento emnomínimo
17,8%de adultos que consomemfrutas e hortaliças regularmente até 2019.
Apesar da crise econômica, a fruticultura avançou na produção, na comercializa-
ção, no consumo interno, nas exportações e no controle de qualidade em2017, resu-
meoeconomistaErickdeBritoFarias, analistademercadoegerentedeModernização
do Mercado Hortigranjeiro, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Con-
forme ele, os setores público e privado podemtrabalhar juntos para solucionar garga-
los, consolidar novosmercados e aumentar a produtividade como umtodo. Também
propõe a inserção e a manutenção de tecnologias de ponta no campo, investimento
empublicidade para comercialização, melhoria do acesso ao crédito para produtores
emudança na legislação que freia o desenvolvimento do setor.
Consumo e
exportação
de frutas
estão abaixo
do potencial
existente no País
Sílvio Ávila
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