Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018 - page 21

Os fruticultores paulistas continuam
respondendo por grande parte do resul-
tado da produção brasileira de frutas. O
Estado de São Paulo obteve R$ 10,295 bi-
lhões coma colheita de frutas em2016, do
total de R$ 33,045 bilhões, de acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Esse valor correspon-
de ao total de 20 espécies de frutíferas. O
segundo maior faturamento, de R$ 4,062
bilhões, foi registrado pelos pomares do
Estado da Bahia. São seguidos por Minas
Gerais, comR$ 2,987 bilhões, e Rio Grande
do Sul, com R$ 2,455 bilhões.
Uma das frutas mais produzidas pelo
Brasil, a laranja, também respondeu por
grande parte (59,2%) do valor da fruti-
cultura paulista em 2016. É seguida pela
participação da banana (13,8%) e do li-
mão (8,4%). Na Bahia, as principais con-
tribuições foram de banana (34,8%),
mamão (16,2%) e maracujá (9,3%). As
frutas mais ofertadas pelos produtores
mineiros foram banana (41%), laranja
(18,8%) e abacaxi (12,0%). Maçã, uva e
laranja foram responsáveis por 28,8%,
26,3% e 9,3%, cada, do valor total do se-
tor no Rio Grande do Sul.
A produção brasileira de laranja pode-
rá chegar a 18,7 milhões de toneladas em
2017, com alta de 8,2% em relação ao ano
anterior, conforme o Levantamento Siste-
mático da Produção Agrícola (LSPA), do
IBGE. Desse volume, estima-se que 14,3
milhões de toneladas foram colhidas pe-
los fruticultores paulistas, com acréscimo
de 11,3%, em comparação com o resulta-
do de 2016. O desempenho foi beneficia-
do pelo maior controle de doenças e pelo
clima favorável. A pesquisa tambémpreviu
aumento de produção para outras frutas,
como abacaxi (3,2%), uva (8,6%), coco-da-
-baía (1,5%) e castanha-de-caju (80,5%), o
que certamente se refletirá nos resultados
dos estados produtores.
São Paulo e Bahia também estão entre
os que mais exportam frutas. A Bahia in-
tegra o Nordeste, região responsável por
grande parte do volume embarcado. Já o
Sudeste, incluindo São Paulo, ocupa a se-
gunda posição no
ranking
das regiões bra-
sileiras que mais embarcam. A fruticultu-
ra nordestina enviou para o exterior quase
600 mil toneladas de frutas em 2017, de
um total de 878,4 mil toneladas, confor-
me o sistema Agrostat, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). O restante foi embarcado por Su-
deste (158,6 mil toneladas), Sul (102,8 mil
toneladas) e Norte (14,1 mil toneladas).
Dos estados nordestinos, os maio-
res envios foram de Rio Grande do Nor-
te (236,5 mil toneladas), Bahia (134,1 mil
toneladas), Pernambuco (115,4 mil tone-
ladas) e Ceará (107,9 mil toneladas). São
Paulo embarcou 135,6 mil toneladas, o
maior volume do Sudeste e o segundo do
País. No Sul, Santa Catarina e Rio Gran-
de do Sul exportaram 59,3 mil toneladas
e 41,2 mil toneladas, respectivamente. Os
maiores exportadores de frutas do Norte
foram Amapá (5,2 mil toneladas) e Pará
(4,8 mil toneladas).
O Estado de
São Paulo
lidera com
a produção
laranja, banana
e limão
panorama
P a n o r a m a
l
AMBIENTE PERFEITO
“O semiárido brasileiro temcondições quase perfeitas para a produção de frutas de
altíssimaqualidade”, destacaEduardoBrandão, assessor técnicodaComissãoNacional
de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O local sur-
preende produzindo até espécies de clima temperado, comomaçã e pera. Brandão ex-
plicaqueairrigaçãoécomponenteessencialnoprocesso:ofatodehavermenoschuvas
naregiãoacabasendopositivoparaasanidadedeplantasefrutosenaconcentraçãode
açúcaresna fruta, conferindosabor único.
A intensificaçãoda fruticulturade exportaçãonaquela regiãobeneficiouodesenvol-
vimento regional. Osmunicípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), compolos de produ-
ção no Vale do São Francisco, tiveramo Índice de DesenvolvimentoHumano (IDH) evo-
luindode0,471e0,396para0,697e0,677,respectivamente,em20anos.“Aproduçãode
frutas foi fundamental paraessamelhoria”, relataBrandão.
O assessor da CNA comenta que a fruticultura concentra grande número de peque-
nos e médios produtores. “Essa característica confere vantagens indiscutíveis na gera-
ção e na distribuição de renda, emempregos e no desenvolvimento regional, entre ou-
tros benefícios. Contudo, émuitomais desafiadora a organizaçãodo setor”, avalia. Sem
a organização, transformando os produtores tambémemhomens de negócio, a exem-
plodoqueocorrenoChileenoPeru, torna-semaisdifícil avançar. “Essa responsabilida-
deéda iniciativaprivada, eoassociativismo tempapel fundamental na tarefa”, opina.
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