Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018 - page 59

Um dos principais produtores de
limão no mundo (quinto em 2016) e
maior exportador, o Brasil já ampliou
em cerca de 12% a oferta do produ-
to nos últimos cinco anos (entre 2011
e 2016), conforme dados do Institu-
to Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e deve aumentar ainda mais a
partir de 2019, quando entram em pro-
dução novos plantios intensificados
nos últimos anos. Em 2017, por pro-
blemas climáticos e sanitários, ocorre-
ram reduções na produção e elevação
de preços, que incentivaram a amplia-
ção dos pomares e inclusive impediram
maiores exportações.
Na região de Itajobi, no Noroeste do
Estado de São Paulo e principal municí-
pio produtor do País, a Associação dos
Produtores e Exportadores de Limão
(Abpel) calcula que foram plantados
em torno de 300 a 400 mil pés da fruta
em 2016 e 2017, em virtude da boa re-
muneração obtida no mercado interno,
“tão boa ou maior do que a do merca-
do externo”. Entre janeiro e novembro
de 2017, conforme o Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Ce-
pea), da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), da Universida-
de de São Paulo (USP), a média do pre-
ço do tahiti foi 178,4% superior à obtida
no mesmo período anterior.
Os números do IBGE ainda dão con-
ta de grandes crescimentos de produ-
ção de limão em 2016 nos municípios
paulistas de Itápolis, Fernando Prestes e
Monte Alto, em faixa superior a 80% so-
bre o ano anterior. São Paulo é o maior
Estado produtor, com quase 70% do to-
tal do País, seguido de Bahia (12%) e Mi-
nas Gerais (7%). O interesse pela fruta
aumentou devido ao preço oferecido e
também por se tornar produto mais in-
teressante para propriedade menor,
caso da maioria dos produtores, com
áreas médias de 6,2 hectares, em cerca
de 2.200 propriedades da região de Ita-
jobi, comenta Afonso Castellucci, presi-
dente da Abpel.
O dirigente constata que merca-
do existe, tanto interno quanto exter-
no. Inclusive em 2017 houve dificuldade
para atender às exportações, que, por
isso mesmo, tiveram algum decréscimo
(8,75% no valor e 3,5% no volume). Ain-
da assim, o limão permanece entre as
principais frutas brasileiras exportadas.
Segundo informações veiculadas por
Ivan Formigoni, da Foodnews, a fruta
está se tornando cada vez mais popular
na Europa, como tempero de alimentos
e ingrediente de bebidas, com tendên-
cia de crescimento do mercado.
Limão
L e m o n
l
DESAFIOS A ENFRENTAR
AEuropa éomaiormercadoexternodo limãobrasileiro, que concorre comoutros,
em especial o mexicano, tanto que Brasil e México respondem por mais de 90% das
importações europeias. O líder nomercado internacional, no entanto, perdeu espaço
em10anos(2006a2016),de74%para57%,segundoamesmafonteanterior,enquan-
to osmexicanos ampliarama participação, de 19%para 36%. Formigoni cita desafios
a enfrentar, como oscilações de qualidade e preços.
Opresidente da Abpel, AfonsoCastellucci, por sua vez, observa que nomercado em
geral há grande diferença de preços, oque não é o ideal, sendo razoáveis, na sua avalia-
ção, valores entre R$ 20,00 a 25,00 (caixa de 27,2 kg). A entidade, embora dificuldades
deorganizaçãosetorial e respostapública, lutademodoespecial pormaior certificação,
controledaprodução e trânsitodoproduto, emque espera avançar, ao ladoda amplia-
ção da produção prevista nos próximos anos. Em 2018, embora a falta de informação
mais completadevidoaaqueles fatores, aofertaaindadeverá sermais limitada.
Principais
limoeiros
concentram-se
na região
de Itajobi,
em São Paulo
Inor Ag. Assmann
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O LIMÃO E O LIMOEIRO
LEMON AND LEMON TREE
Últimosdadosdaproduçãobrasileira
Ano
2015
2016
Área (ha)
46.083 47.279
Produção (t)
1.180.396 1.262.353
Fonte: IBGE/PAM.
ExportaçõesdafrutapelolíderBrasil
Ano
2016
2017
Volume (kg)
95.747.978 92.392.875
Receita (US$)
89.932.214 82.088.717
Fonte: Agrostat/Mapa.
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