Anuário Brasileiro do Tabaco 2017 - page 8

O cultivo de tabaco confunde-se com a própria história do Brasil. Desde os pri-
mórdios da ocupação do território pelos europeus, a produção e o consumo das fo-
lhas estiverampresentes, como já estiveramentre os povos nativos, muito antes da
chegada de Cristóvão Colombo à América. Mas como em nenhummomento ante-
rior, foi no século XX que o produto se estabeleceu e ganhou projeção global, coma
introduçãodas variedadesde tabacoclaro, emespecial oVirgínia, apartir de semen-
tes trazidas dos Estados Unidos. E uma iniciativa de uma empresa no Sul do Brasil
proporcionou ambiente especial para essa expansão: a implementação, em 1918,
do sistema de Produção Integrada, introduzido pela Souza Cruz.
Em 2018 comemoram-se os 100 anos desde aquela experiência pioneira de in-
tegração entre uma empresa de tabaco e produtores rurais. Pela proposta, a Souza
Cruz mantinha contato com produtores de tabaco pelo qual se comprometia a ad-
quirir a colheita, oferecendo ainda orientação técnica e pacote tecnológico. Os agri-
cultores, por sua vez, se comprometiam a comercializar a safra com a empresa, o
que assegurava a estamelhor planejamento em relação aos volumes e à qualidade
das folhas de que necessitaria para atender a sua clientela nacional e internacional.
Emsuma, todos saíramganhando. Eomodelodeu tão certoquenos anos seguin-
tes todaacadeiaprodutivado tabacoseestabeleceuemcimadaProdução Integrada.
Organizações de defesa dos interesses das indústrias e dos produtores surgiram nas
décadas seguintes, eoSistema Integradose fortaleceucadavezmais. Foi adotadopor
praticamente todas as empresas do setor, e tornou-se referência internacional. Diante
das inquestionáveis vantagens dessemodelopara todos os envolvidos, a competitivi-
começou
Em 2018, o setor do tabaco comemora 100 anos de
adoção da Produção Integrada, modelo hoje seguido
por vários outros setores, sempre com pleno êxito
O futuro já
dadedo tabacobrasileironomundo foi sendoam-
pliada, a ponto de o produto ter passado a ser ex-
portadoparamaisde100países.
E se na atividade do tabaco essa proposta se
consolidava, inserindo com eficiência quase 200
mil pequenos produtores num concorrido co-
mércio global, outros segmentos do agronegó-
cio, identificados com as pequenas proprieda-
des, começaram a adotar o mesmo modelo. A
criação de aves e de suínos e a pecuária leiteira,
alémde frutas e hortaliças, passarama funcionar
em sistema de integração, com a mesma confir-
mação das vantagens para ambos os lados, in-
dústrias e produtores.
Produção Integrada
traduziu-se emmuitas
vantagens econômicas,
ambientais e sociais
PIONEIRO
Masénotabacoque,há100anos,adissemina-
ção das vantagens econômicas, sociais e ambien-
tais da integração tornou-se mais nítida e eviden-
te, traduzindo-se emqualidade de vida no campo
eemagregaçãodediferenciaisdequalidadeàpro-
dução. Não só os negócios envolvendo tabaco se
fortaleceram,masprogramas, campanhas eações
de conscientização modificaram até mesmo há-
bitos culturais e modernizaram todo o meio rural.
Preservação ambiental, reflorestamento, diversifi-
cação das fontes de renda, cuidados como solo e
aágua,estímuloàeducaçãodosfilhosdeproduto-
res rurais, sucessão rural emuitos outros aspectos
foramtrabalhados emconjunto, de forma integra-
da, pelas empresas do setor epor seus produtores
integrados, atravésde suas entidades.
Diante do fortalecimento da produção de ta-
baco no País, do meio rural, com a estabilidade
da produção em volumes e em qualidade, à in-
dústria e ao comércio, comamanutenção, desde
1993, da liderança nas exportações, o setor olha
muito confiante para o futuro. Olha para os anos
vindouros ciente da sua contribuição para o de-
senvolvimento. Porque, 100 anos depois da ado-
ção da Produção Integrada, num mundo que se
diz conectado, receptivo e esclarecido (emsuma:
integrado), o futuro não é uma hipótese. O futuro
é realidade, porque já começou.
Inor Ag. Assmann
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