D
epois de breve fase de déficit
global, comelevação de preços,
o mundo do açúcar está mais
uma vez diante de uma oferta
mais alta e superavitária, con-
forme as projeções feitas para a safra mun-
dial 2017/18 (outubro/setembro). O Depar-
tamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), emmaio de 2017, previu crescimen-
tode5,16%naprodução total da
commodity
,
para 179,6 milhões de toneladas, enquanto
para o consumo seriammantidos níveis se-
melhantes aos da temporada anterior.
No período 2015/16 e na etapa 2016/17,
aprodução foi inferior àdemanda,mas jáno
novo ciclo deve crescer em vários países de
destaque e superar o consumo. Mesmo que
no Brasil, líder mundial do setor, não ocorra
Doce
mundo
Ofertamundial de açúcar voltaa
crescereprenunciarsuperávitemrelaçãoaoconsumo,
comnatural influêncianocomportamentodospreços
grande alteração, o segundo e terceiromaio-
resprodutores,ÍndiaeUniãoEuropeia,deve-
rão apresentar incremento expressivo, com
índices respectivos próximos de 18% e 13%,
e situação semelhante deve ocorrer em ou-
tros países asiáticos, como Tailândia, segun-
domaior exportador, eChina.
A Índia mostra recuperação no plantio e
na produção após safra marcada por pro-
blemas de ordem climática, o mesmo se
verificando na Tailândia e na China. Já na
União Europeia, que produz açúcar à base
de beterraba, aumenta a área plantada e
a previsão de produção. A maior parte da
oferta mundial (cerca de 78%) provém da
cana-de-açúcar, onde o Brasil também li-
dera, seguido dos três países asiáticos. Em
solo brasileiro, é projetado pequeno recuo
na oferta da matéria-prima, mas o princi-
pal derivado deve manter níveis próximos
aosda temporadapassada.
Ao ladodo crescimentoestimadonapro-
duçãomundial e na superação do consumo,
o USDA previa crescimento na exportação e
diminuição na importação, com estoques
menores, mas semelhantes aos da safra an-
terior. Enquanto isso, já semanifestavamem
2017 as influências nos valores praticados
no mercado internacional. Flávia Machado
Starling Soares, da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), registrava em junho
tendênciabaixista“pelaexpectativadesupe-
rávit na ofertamundial”, entre outros fatores,
citando retração anual de 30% na média da
cotaçãomensal emNova Iorque (US$ 13,53/
lb, amenor dosúltimos 16meses).
ETANOLELEVADO
No outro derivado relevante da cana, o
etanol, onde o Brasil destaca-se como se-
gundo maior produtor mundial e o prin-
cipal produtor, Estados Unidos, utiliza o
milho como matéria-prima, a produção
também se eleva. Entre 2015 e 2016, hou-
ve acréscimo de 3,5%, conforme dados da
Renewable Fuel Association (RFA). Os dois
países respondem por 85% da oferta glo-
bal, cabendo aos norte-americanos 57,6%
do total. Desde 2008, o consumo brasilei-
ro mostra altos e baixos, mas o principal
fornecedor apresentou crescimento anu-
al na demanda.
n
24
Fonte:
USDA/Maio de 2017.
montanhas de açúcar
Sugar mountains
Movimentos mundiais do produto (Mil t)
Safras
2015/16
2016/17
2017/18
Produção
164.737
170.814
179.636
Consumo
169.423
171.867
171.559
Exportação
53.812
57.769
59.240
Importação
54.330
54.569
51.338
Estoques finais
43.871
38.844
38.245
Maiores
Safra 2016/17 (Mil t)
Produtores Consumidores
Exportadores
Brasil
39.150
Índia
25.700 Brasil
28.150
Índia
21.930
UE
18.700 Tailândia
8.000
União Europeia
16.500
China
15.600 Austrália
4.000
Tailândia
10.000
EUA
11.068 Guatemala 2.103
China
9.500
Brasil
10.900 Índia
1.800