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espontando na forte agricul-
tura do Brasil, o grão de soja
continua a mostrar a cada ano
seu extraordinário vigor, tanto
na agricultura quanto na eco-
nomia e na sociedade brasileira. No ciclo
2016/17, esbanjou recorde em produção e,
mesmo que os preços sofressem decrésci-
mocomamaior ofertamundial, aindaapre-
sentou renda elevada, que se sobressai em
relação a outras culturas e continua a man-
ter a oleaginosa no topo produtivo do País.
E este, por sua vez, preserva a posição de
líder mundial na exportação do grão, alcan-
çado há poucos anos dos Estados Unidos,
que ainda estão na frente da produção.
Só no campo, a receita bruta gerada
pela soja brasileira atingiu R$ 116,31 bi-
lhões na valorizada safra 2015/16 e R$
107,44 bilhões na última, de acordo com
informações da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), divulgadas em
setembro de 2017. Já as divisas geradas
pela venda externa do complexo soja do
Brasil em 2016 atingiram US$ 25,42 bi-
lhões, mantendo-se como principal item
das exportações do País. Para 2017, a pre-
visão da Associação Brasileira das Indús-
trias de Óleos Vegetais (Abiove) é de que
esse valor alcance US$ 29,82 bilhões, com
crescimento em volume de 24,1% nos ne-
gócios externos com o grão e 10,3% com
farelo, além de 3,4% no óleo.
O segmento, ainda segundo dados
transmitidos por Daniel Furlan Amaral, ge-
rente de economia da Abiove, em pales-
tra no mês de agosto de 2017, em Cam-
pinas (SP), envolve 216 mil propriedades
rurais espalhadas pelo País, com 1,5 mi-
lhão de empregos diretos e indiretos e cer-
Sojabrasileiraesbanjavigornãosó
noplanoagrícola,mastambémno
econômicoesocial,etemfôlegoparase
manteremcontínuocrescimento
ca de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB)
do Brasil. Lembrou ainda sua relevância
na produção de carnes, de óleo para con-
sumo humano e industrial, de biodiesel e
produtos da indústria química, e de que a
geração de empregos é quatro vezesmaior
quando a soja é transformada em carnes.
Enalteceu igualmente os benefícios econô-
micos e ambientais ao estimular a produ-
ção do biodiesel, que deve impulsionar o
processamento industrial já em 2018, com
o aumento da mistura de 8% para 10% do
biocombustível no diesel fóssil.
Desta forma, mesmo que no próximo
ano ocorra adequação da produção de
soja brasileira em um nível umpouco mais
baixo, após a alta produtividade alcança-
da em 2017, a perspectiva é de que se pos-
sa repetir recordes no processamento e no
volume de exportação do grão. O mesmo
deve ocorrer na área de plantio para a safra
de verão, pelas projeções iniciais manifes-
tadas para a nova safra, enquanto para os
anos vindouros são traçadas boas perspec-
tivas, em que o grão de ouro do Brasil tem
lugar especial, e cada vez mais amplo, as-
segurado nomundo dos alimentos.
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Inor Ag. Assmann
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