Anuário Brasileiro do Tabaco 2016 - page 41

O
agricultor Edilson Sacramento tem 48 anos e já nem
recorda há quantas gerações a família se dedica ao
cultivo do tabaco da variedade Brasil Bahia, utiliza-
do para a confecção de charutos. “Meu pai planta-
va. Meu avô plantava. O bisavô também. Para nós, é
uma tradição”, diz. Na localidade de Mil Peixes, município de Mu-
ritiba, ao lado da esposa e dos dois filhos, ele mantém proprie-
dade de 9 hectares, dos quais dois são dedicados ao tabaco da
Tabacopara
charutoséabase
financeiraDE
cercade2mil
pequenos
produtoresdo
Recôncavobaiano,
comforteimpacto
naeconomia
regional
variedade Brasil Bahia. O restante do mi-
nifúndio divide-se entre pomares de li-
mão e de laranja. Mesmo ocupando ape-
nas 25% do minifúndio, é o tabaco que
garante a maior parte da renda dos Sacra-
mento. “A cada mil pés, a gente consegue
tirar cerca de 10 arrobas de tabaco, o que
dá boa rentabilidade para a gente. O taba-
co para nós é o carro-chefe da proprieda-
de”, enfatiza.
Para manter esta estabilidade dian-
te do cenário conturbado do mercado, as
empresas associadas ao Sindicato das In-
dústrias de Tabaco do Estado da Bahia (Sinditabaco-BA) têm usado ferramentas como pre-
ço mínimo da arroba, garantia de assistência técnica e projetos em parceria com a Empre-
sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A fim de valorizar o produtor de tabaco
para charuto, foi levado para Cruz das Almas o evento oficial do Dia do Produtor de Tabaco,
organizado pela Câmara Setorial do Tabaco, instância que discute políticas públi-
cas para a cadeia no Brasil, e por entidades identificadas com a atividade. Foi
a primeira vez em que a celebração aconteceu fora da região Sul do Brasil.
A data dedicada ao produtor de tabaco é comemorada em 28 de outu-
bro, mas a ampla agenda oficial das representações do setor levou os or-
ganizadores a antecipar as atividades em Cruz das Almas para o dia 20
de outubro, na parte da manhã. A programação contou com palestras,
como “As práticas conservacionistas em pequenas propriedades ru-
rais”, ministrada pelo professor Marcos Silva, da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (UFRB); e “Ações da defesa sanitária vegetal”,
apresentada pelo agrônomoAurinoMelo Junior, da Agência deDefe-
sa Sanitária do Estado da Bahia (Adab).
Conforme Souza, este tipo de iniciativa é fundamental ao de-
senvolvimento da cadeia do tabaco na Bahia. Ele também pro-
pôs parceria entre a universidade e as empresas produtoras
com o objetivo de ajudar os agricultores a cuidar da terra. “Em
10 anos trabalhando em Cruz das Almas, é a primeira vez que
consigo falar para tantos produtores juntos sobre umtema tão
significativo para o dia a dia deles”, comentou.
n
Cruz das Almas, na Bahia, sediou o
evento do Dia do Produtor de Tabaco
CássioFernandoFilter
Especial deCruz das Almas, naBahia
Cássio Fernando Filter
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