O
cultivo de tabaco para charuto no Brasil envol-
ve cerca de 2.000 produtores de pequeno por-
te, que plantam, em média, cerca de 20 mil pés
por hectare, com o ápice da colheita entre o fi-
nal de julho e o início de outubro. De acordo com
o Sindicato das Indústrias do Tabaco do Estado da Bahia (Sin-
ditabaco-BA), atualmente a área cultivada em território baiano
compreende cerca de 2 mil hectares, dos quais são extraídas
cerca de 2 mil toneladas de tabaco usado no enchimento dos
charutos (variedade Brasil Bahia) e outras 2 mil para a capa do
produto (Sumatra, Cubra e Brasil Bahia).
Os agricultores produzem apenas a variedade Brasil Bahia,
cuja área plantada no Estado chega a 1 mil hectares. A varieda-
de Sumatra é plantada em cerca de 800 hectares e a Cubra em
outros 200 hectares, sendo estas duas cultivadas apenas pelas
indústrias. As principais e mais conhecidas áreas produtoras de
tabaco na Bahia são denominadas de Mata Fina (em torno de
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aBahiacolherá
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Cruz das Almas), que assim identifica o tipo de tabaco para o mercado. Há ain-
da as regiões ditas Mata Norte, a partir de São Gonçalo dos Campos (que, aliás, é
identificada como Mata São Gonçalo), e Mata Sul, próximo de Amargosa. Quanto
a rendimento, em média, cada hectare rende cerca de uma tonelada de tabaco já
processado para preenchimento e 800 quilos de tabaco usado na capa do charuto.
Atualmente, o setor gera 4 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos. Con-
forme Marcos Souza, diretor-executivo do Sinditabaco-BA, este número pode-
ria ser bem maior. “O Brasil é o país mais caro do mundo para produzir charutos.
Como usamos muita mão de obra, os encargos sociais representam cerca de 56%
do nosso custo de produção”. O ápice da cadeia do tabaco para charuto no Brasil
foi o início da década de 1990, quando se chegou a fabricar 50 milhões de unida-
des ao ano, gerando mais de 70 mil empregos diretos e indiretos. Hoje, são cerca
de 14 milhões de unidades por ano.
Na conjuntura de mercado, em torno de 95% do tabaco para charuto produzi-
do no Brasil é exportado. A China responde por cerca de 20% das compras, sendo
enviado o restante à Europa, principalmente Alemanha, Holanda e Suíça. Souza
entende que este desempenho também poderia ser superior, tanto na exportação
quanto no consumo interno. “Por questões comerciais, nosso tabaco chega tribu-
tado à Europa em 27%, o que não ocorre com países da América Central. Já aqui
no Brasil, o charuto cubano entra praticamente livre de imposto. É uma situação
muito complicada”, relata.
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Setor dos charutos na Bahia gera em
torno de 4mil empregos diretos
e outros 10mil demaneira indireta
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Cássio Fernando Filter
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