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Na ponta do lápis
“Planejamento é fundamental para ti-
rar as despesas e ter lucro.” A declaração
doagricultorRogérioJoséPesarico,domu-
nicípio de Dona Francisca (RS), define um
pouco como os negócios são conduzidos
em sua propriedade. O controle de despe-
sas fixas evariáveis é feitopeloprópriopro-
dutor,quecontrolatudodemaneiradigital.
“Tenhonamãotodoomeucusto,oquefaz
todaadiferença”, argumenta.
Com dedicação exclusiva ao arroz,
cultivado no sistema convencional, Pe-
sarico atua de ponta a ponta nas safras,
contratando diaristas apenas em épo-
cas de maior fluxo de trabalho. Além
disso, é produtor de sementes de arroz
da Cooperativa Agrícola Mista Nova Pal-
ma (Camnpal). Todo seu empenho ga-
rante o reconhecimento diante da ca-
deia produtiva e alicerça a estrutura
econômica da vida familiar. Casado com
a monitora Nádia, é pai da Ana Paula,
biomédica de 26 anos, e dos estudantes
Júlia, de 17, e Caio Cezar, de 13 anos.
Colheitasde
ponta
O
município de Dona Francis-
ca, na região central do Rio
Grande do Sul, é umdos ber-
ços da produção de arroz ir-
rigado no Brasil. Pertencen-
te ao 37º Núcleo de Extensão Rural (Nate)
do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga),
possui a maior concentração de produ-
tores do Estado, em função do tamanho
das propriedades rurais. Apesar de as áre-
as produtivas serem menores, os arrozei-
ros da chamada Quarta Colônia costumam
obter resultados positivos safra após safra.
No acompanhamento da evolução da co-
lheita 2016/17, divulgado pelo Irga no iní-
cio de fevereiro, a média produtiva estava
estimada em8.300 quilos por hectare.
O agricultor Rogério José Pesarico, de 47
anos, está acostumado a colher bons rendi-
mentos em sua lavoura arrozeira. Em 2016,
mesmo com os problemas provocados pelo
excesso de chuvas e pela cheia do Rio Jacuí,
atingiu média de 9.350 quilos por hectare,
muito além da média estadual, que fechou
em 6.928 quilos por hectare. Em 2017, com
melhores condições climáticas, a expectati-
vaécolherbemmaisnaplantaçãode48hec-
tares – dividida emáreas de 18 e 30 hectares
nas localidades de Linha Grande e Várzea do
Agudo. “As lavouras estão bemestruturadas,
limpas e semdoenças epragas”, comemora.
Filho e neto de orizicultores, é referên-
cia na administração da propriedade ar-
rozeira na região. Em 2016, apesar das in-
terferências do clima, atingiu a média
produtiva mais alta do município dentro
ProdutordomunicípiogaúchodeDona
Francisca,RogérioJoséPesarico
éreferêncianaatividadeejácolheu
médiade11.100quilosporhectare
doProjeto 10, conduzidopelo Irga. No ciclo
2011/12, chegou a colher 11.100 quilos por
hectare dentro domesmo projeto. Hoje, faz
planos para repetir e até mesmo superar o
índice. “O segredo é ter capricho e investir
em tecnologia, acompanhando o que tem
de melhor no mercado”, afirma. Para Pesa-
rico, estar por dentro das novidades é im-
prescindível. “É preciso investir em bons
produtos e ter muita dedicação”, sugere.
Atualmente, o produtor possui três tra-
tores, uma colheitadeira e outros imple-
mentos necessários à condução do ne-
gócio, como plantadeira, pulverizador e
graneleiros, entre outros. “Felizmente, es-
tou bem equipado. Hoje tenho estrutura
para plantarmais 20 hectares”, conta. Além
do maquinário de ponta, possui armaze-
nagemna sede da propriedade – realidade
comum também entre outros arrozeiros
do município. A estocagem própria reduz
despesas com frete e depósito e permite
que se possa esperar o melhor momento
para ofertar o grão aomercado.
Pesarico pretende superar a média de 9.350 quilos por hectare de 2016
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