Anuário Brasileiro do Arroz 2017 - page 91

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Estratégica
Mudanças estratégicas e organizacio-
nais na agroindústria arrozeira visam no-
vas oportunidades de mercado, em es-
pecial diante do decréscimo do consumo
do grão
in natura
e dos riscos associados
à produção de um único produto. Atual-
mente, a farinha de arroz é considerada
estratégica. Pode ser aproveitada pela in-
dústria na fabricação de diferentes produ-
tos, como papinhas para bebês, empana-
dos, panificação, biscoitos, pão de queijo,
macarrão, snacks,molhos e sopas, produ-
tos lácteos e atémesmo ração animal.
Segundo a engenheira agrônoma Pris-
cila Zaczuk Bassinello, já existe no merca-
do uma pré-mistura sem glúten que leva
farinhadearroz,amidoseingredientesfun-
cionais que possibilitam o preparo de di-
versos produtos de panificação. A massa
consistente e de fácil manuseio permite a
fabricaçãodeprodutosmoldadosemequi-
pamentos eprocessos similares aos jáutili-
zados para a farinha de trigo na fabricação
depães, biscoitos, pizzas ebolos.
“Temos exemplos de sucesso de diver-
sos produtos alimentícios nutritivos, sau-
dáveis e saborosos à base de farinha de ar-
roz, para não mencionar outros derivados
do grão, em alguns países como Estados
Unidos e Japão. No Brasil, essa tendência
já começa pouco a pouco a ganhar espa-
ço em nosso mercado e na dieta dos bra-
sileiros. O sucesso e o crescimento efetivo
dessemercadodependemmuitode nosso
interesseedacapacidadedenosorganizar-
mos comocadeiaprodutivadoarroz”, frisa.
E
m favor da sustentabilidade da
cadeia produtiva do arroz, alguns
caminhos são inevitáveis, como a
buscapeladiversificaçãodos pro-
dutos à base do cereal e a divul-
gação de suas características nutricionais,
atendendo às novas necessidades dos con-
sumidores. A temática foi abordada pela
engenheira agrônoma Priscila Zaczuk Bas-
sinello em audiência pública realizada na
Câmara dos Deputados, em novembro de
2016. Na oportunidade, a pesquisadora da
Embrapa Arroz e Feijão falou sobre a utiliza-
ção da farinha de arroz e de seus derivados,
apontando novas oportunidades para agre-
gar valor aos grãos quebrados e ao farelo.
“Uma das matérias-primas mais versá-
teis na fabricação de alimentos, a farinha
de arroz pode ser usada como ingredien-
te principal, coadjuvante ou mesmo veícu-
lo para outros ingredientes ou substâncias.
Substitui total ou parcialmente a farinha de
trigo e o amido de milho em diversas recei-
tas”, disse. A doutora emCiência de Alimen-
tos exemplificou que o uso na merenda es-
colarjátemviabilidadecomprovadaatravés
de testes de aceitabilidade, custos, valor nu-
tricional e facilidade de utilização dos pre-
paros onde tradicionalmente se utiliza a
farinha de trigo – com a vantagem de ser
100% isenta de glúten, e de fácil digestão.
Em sua explanação, Priscila ainda des-
tacou números que comprovam o poten-
cial desse nicho demercado para o setor ar-
rozeiro, como o aumento de mais de 400%
nomercado de produtos semglúten nos úl-
Utilizaçãodafarinhadearrozedeseus
derivadoséumatendênciacrescente
eabrenovasoportunidadesde
mercadoparaacadeiaprodutiva
Farinha de arroz é matéria-prima muito versátil no preparo de alimentos
timos 15 anos, segundo balanço da Glúten
Free Brasil. Somente em 2014, a venda de
produtos mais saudáveis cresceu 40% no
País, de acordo com as estatíticas da Euro-
monitor. “Junto com essa evolução, a ten-
dência é de que também cresça o lança-
mento de novos produtos”, assinala. Hoje,
a cadeia aposta na criação de mecanismos
para utilização de subprodutos de arroz.
Pesquisas como a desenvolvida empar-
ceriaentreaEmbrapa, aUniversidadeFede-
ral de Goiás (UFG) e a PUC Goiás (Aplicação
das Farinhas Crua e Extrusada de Arroz com
Diferentes Teores de Amilose para o Desen-
volvimento de Massa de Lasanha Fresca)
demonstram as potencialidades do grão
para a indústria. Atenta a essas tendências,
a paulista Glúten Free Alimentos especiali-
zou-se na produção de farinha de arroz cer-
tificada. A marca produz diferentes tipos de
farinha do cereal, como a integral tostada –
elaborada com arroz integral selecionado,
que preserva todas as características nutri-
cionais do germe e do farelo.
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