Anuário Brasileiro do Arroz 2017 - page 95

Mercadoem
expansão
n
n
n
Articulação
Ampliar a utilização da farinha de ar-
roz no Brasil é o objetivo de um grupo de
trabalho formado por representantes de
diferentes entidades da cadeia produti-
va do arroz. A ideia do grupo é criar condi-
ções para que o produto fique ao alcance
da população em todo o País. “Queremos
mapear o setor como um todo e criar um
plano de trabalho técnico para que omer-
cado fique mais viabilizado, com todo o
seu potencial”, esclarece a engenheira
agrônoma e doutora em Ciência de Ali-
mentos Priscila Zaczuk Bassinello. Para a
pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão,
não adianta o governo incentivar a intro-
dução da farinha de arroz namerenda es-
colar, por exemplo, se as próprias meren-
deiras não souberem utilizá-la da forma
correta. “São muitas questões envolven-
do esse mercado. Por isso, precisamos
buscarmelhorias e soluções”, articula.
O
avanço da ciência médi-
ca tem permitido o discer-
nimento rápido e preciso
dos problemas de intolerân-
cia alimentar. A identificação
mais efetiva é uma das justificativas para o
aumento considerável dos casos de pesso-
as celíacas ou com intolerância ao glúten. A
análise é da engenheira agrônoma Priscila
Zaczuk Bassinello, pesquisadora da Embra-
pa Arroz e Feijão, de Santo Antônio deGoiás
(GO). Alémde os diagnósticos estaremmais
eficientes, justifica que os profissionais de
saúde também estão mais conscientes em
relação a esses problemas, o que ajuda no
reconhecimento dos pacientes.
De acordo com a doutora em Ciência de
Alimentos, nem todo intolerante ao glúten é
celíaco, mas todo celíaco é intolerante per-
manentementeaoglúten – proteína presen-
te em cereais como trigo, aveia e centeio,
entre outros. No organismo dessas pesso-
as, o glúten agride e danifica as vilosidades
do intestino delgado e prejudica a absorção
dos alimentos, causando uma série de ou-
tras complicações. “Grande parte da nos-
sa dieta tem componentes do glúten, mas
acredito que se trata de uma predisposição
genética.Consumimostrigohámilênios.En-
tão, essealimentonãoéovilão”, diz.
Para quem não é intolerante ou celíaco,
o consumo do glúten não tem contraindi-
cações. Priscila destaca que hoje aumenta o
sensocomumdequeosprodutos
glútenfree
sãomais saudáveis, uma vezque levammui-
tos outros cereais ou grãos integrais em sua
composição. No entanto, destaca que ali-
mentosàbasedetrigointegralsãoigualmen-
te benéficos para pessoas sem problemas.
“Nossa preocupação é não desmerecer o tri-
go, mas há uma série de danos importantes
para quem é alérgico ou celíaco. Por isso, é
preciso diagnóstico comprofissional de saú-
de para avaliar as condições de saúde do pa-
cienteeorientá-loadequadamente”, reforça.
Outroequívococomum,conformeapes-
Diagnósticomaiseficazdadoença
celíacaeintolerânciaaoglútenabrem
caminhoparaosprodutosàbasede
arroz,hipoalergênicosenutritivos
quisadora, é que parte da sociedade ainda
acredita que todas as fontes de carboidra-
to possuem glúten. O arroz, por exemplo,
não tem essa proteína e pode ser aprovei-
tado na dieta de celíacos, desde que mani-
pulado com cautela para que não haja con-
taminação cruzada. “O arroz branco é fonte
de proteína e energia, por ter carboidrato
em sua composição majoritária. O arroz in-
tegral ainda agrega fibras, minerais, vitami-
nas e antioxidantes”, explica. Com farinha
de arroz, é possível fazer produtos nutriti-
vos, saudáveis e semglúten.
De acordo com Priscila, a farinha de ar-
roz é um produto hipoalergênico e com sa-
bor neutro, o que permite seu aprovei-
tamento em diferentes receitas. “Hoje, a
gente percebe o crescimento da deman-
da, e do setor por consequência, com mui-
to mais produtos nas prateleiras”, pondera.
Para driblar as dificuldades de manipula-
ção, uma vez que a farinha de arroz não se
iguala ao trigo nas preparações de panifica-
dos, aagrônomadestacaqueacadadiasur-
gem novidades que imitam o efeito do glú-
tennasmassas. Acadeiaprodutiva também
se articula para tornar os preços dos produ-
tos mais acessíveis no mercado, ao alcance
de todos os níveis sociais.
Nem todo intolerante ao glúten é celíaco, mas todo celíaco é intolerante ao glúten
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