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n
Fonte de valor
O setor sucroenergético precisa de
políticas claras e de longo prazo que
ofereçam ambiente mais adequado de
comercialização de energia. “A contra-
tação robusta e regular de novos pro-
jetos para bioeletricidade de cana-de-
-açúcar, com preços adequados nos
leilões regulados, é necessária para
manter a cadeia produtiva operando e
tambémpara dar sinais de expansão ao
setor, dado todo o potencial desta fon-
te”, avalia Zilmar de Souza, gerente em
Bioeletricidade da União da Indústria
de Cana-de-Açúcar (Unica).
O aumento anual da capacidade ins-
talada da fonte biomassa poderá ser de
5% em 2017 e de 1% em 2018, de acor-
do com os dados da Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel). Esse acrés-
cimo já foi de 32% ou de 1.750 MW em
2010, recorde obtido com o estímulo
da expansão do setor sucroenergético.
Hoje, a energia de cana-de-açúcar de-
tém 7% da potência outorgada no Bra-
sil e mais de 77% da fonte de biomassa.
É a terceira fonte de geração mais im-
portante da matriz elétrica em termos
de capacidade instalada, atrás apenas
da fonte hídrica e das termelétricas com
gás natural.
A
geração de energia elétrica a
partir da biomassa de cana-
-de-açúcar para o Sistema In-
terligado Nacional (SIN) com-
pleta 30 anos em 2017. As
usinas São Francisco, São Martinho e Vale
do Rosário, de Ribeirão Preto, no Estado de
São Paulo, começaram a exportar energia
para a rede em1987. A partir de então, com
a evolução do setor sucroenergético brasi-
leiro nos anos seguintes, esse número pas-
sou para 175 unidades, quase metade das
370 usinas instaladas no País.
Desde 2013, as usinas gerammais ener-
gia elétrica para o Sistema Interligado do
que para as próprias unidades. Do total
produzido, em 2015, 60% foi destinado à
rede elétrica e 40% para o próprio abas-
tecimento. No período da safra, todas as
usinas que produzem açúcar e etanol são
autossificientes. Cada tonelada de cana-
-de-açúcar rende cerca de 250 quilos de
bagaço. Nas caldeiras, obagaço gera vapor,
que aciona as turbinas para produzir eletri-
cidade de forma sustentável.
Na atualidade, as usinas nacionais ge-
Muito
claro
Setor sucroenergético festeja 30 anos
degeraçãode energiapara arede, chegandoaofertar
maisde 21 TWhaoano, ou5%doconsumonacional
rammais de 21 TWh para a rede elétrica, re-
presentando 5% do consumo brasileiro de
eletricidade. “Ao longo desses 30 anos, a
bioeletricidade acumulada para o SIN abas-
teceria por cinco anos uma cidade como
São Paulo”, compara Zilmar de Souza, ge-
renteemBioeletricidadedaUniãoda Indús-
tria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A oferta de bioeletricidade para a rede
cresce ano a ano no País. Passou dos 12,1
TWh em 2012 para 16,0 TWh em 2013, com
alta de 32%, de acordo com dados da Uni-
ca. Nos anos seguintes, os acréscimos fo-
ram de 21% em 2014 e de 5% em 2015 e
2016. “Os 21,2 TWh gerados pelas usinas
em2016 foramsuficientes parapoupar cer-
ca de 15% das águas dos reservatórios das
hidrelétricas no submercado elétrico das
regiões Sul e Sudeste e impediram a emis-
sãodemais de 9milhões de tCO
2
na atmos-
fera”, destaca Souza.
O valor estimado de geração para o
SIN pela biomassa é de quase 24 mil GWh
em 2016, com 5% de crescimento em re-
lação ao ano anterior. Essa energia gera-
da para o sistema foi capaz de abastecer
12 milhões de residências ao longo de um
ano. Além disso, evitou a emissão de 10
milhões de tCO
2
, marca que corresponde-
ria ao cultivo de 71 milhões de árvores na-
tivas ao longo de 20 anos.
n
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luz verde
green light
Bioeletricidade
sucroenergética
para a Rede elétrica
Fonte:
UNICA (2017), a partir de dados da ANEEL
e CCEE (2017).
Anos
TWh
2016
21,2
2015
20,2
2014
19,4
2013
16,0
2012
12,1
2011
9,9
2010
8,8
2009
5,9
2008
4,4
2007
3,2
2006
1,3
2005
1,1