Anuário Brasileiro do Milho 2016 - page 62

Inor Ag. Assmann
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A maioria dos insetos que atacam a fase
inicial de desenvolvimento das plantas de
milho é também praga de outras culturas de
importância econômica. Como refere o pes-
quisador Paulo Afonso Viana, da EmbrapaMi-
lho e Sorgo, danificam as sementes após o
plantio e atacam o sistema radicular, a base
do colmo e as plântulas do milho. “O resul-
tado da injúria acarreta falha na lavoura, e as
plantas sobreviventes, na maioria das vezes,
tornam-se improdutivas, reduzindo de for-
ma acentuada a produtividade", explica. "Es-
tes insetos constituemum grupo dinâmico e
diversificado de espécies, associados ao ecos-
sistema e às práticas agrícolas adotadas”.
No passado, conforme o estudioso, o
controle dessas pragas, que inclui várias es-
pécies de hábito subterrâneo, era realizado
com inseticidas de longo período residual e
largo espectro de ação. Hoje, os inseticidas
utilizados possuem curto período residual e
são influenciados pela formulação, pelo mé-
todo de aplicação, pela incorporação e pelas
condições do solo, como umidade, tempera-
tura e presença de microrganismos.
Recentemente o emprego de concei-
tos de manejo integrado de pragas leva em
consideração vários fatores antes da tomada
de decisão de controle. O MIP recomenda
o uso racional de vários métodos, como os
inseticidas, o controle biológico, o manejo
de culturas e o emprego de cultivares mais
resistentes visando manter as pragas primá-
rias em um nível que não causa dano eco-
nômico para a lavoura do milho.
Dentre as várias espécies de pragas, al-
gumas se destacam pela importância eco-
nômica. Nesse grupo, encontram-se a lagar-
ta-elasmo (
Elasmopalpus lignosellus
), com
grande capacidade de destruição num inter-
valo curto de tempo. Os corós (
Diloboderus
abderus
,
Eutheola humilis
,
Dyscinetus du-
Pragas compartilhadas
A sucessão das culturas nas lavouras e a presença de plantas em tempo
integral levam as pragas a migrar de uma área para outra quase ao natural
bius
,
Stenocrates sp
.,
Liogenys sp
.) são rele-
vantes principalmente para lavouras de safri-
nha, instaladas em semeadura direta sobre a
resteva da soja. Os percevejos, barriga-verde
(
Dichelops furcatus
,
D. melacanthus
) e ver-
de (
Nezara viridula
) são pragas tipicamen-
te da soja, mas, com o plantio do milho em
sucessão ou mesmo em rotação, passaram a
causar perdas parciais ou totais das lavouras.
Embora o ataque da lagarta-do-cartucho
(
Spodoptera frugiperda
) seja tipicamente
no cartucho da planta, a lagarta mais de-
senvolvida existente em culturas remanes-
centes pode perfurar a base do colmo e
atingir o ponto de crescimento e causar a
morte do milho. Existem outras espécies,
como a larva-arame (
Conoderus spp
.,
Mela-
notus spp
.), o percevejo castanho (
Scapto-
coris castanea
e
Atarsocoris brachiariae
),
os cupins (
Procorniterms sp
.,
Cornitermes
sp
.,
Syntermes sp
. e
Heterotermes sp
.), a ci-
garrinha-do-milho (
Dalbulus maidis
), o
tripes (
Frankliniela williamsi
) e os per-
cevejos castanho (
Scaptocoris castanea
e
Atarsocoris brachiariae
), que, dependen-
do da região e das condições bióticas e abi-
óticas, podem assumir o status de pragas
importante para a lavoura do milho.
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