também gerou renda ao produtor pela es-
tratégia do setor de antecipar as compras
dos insumos e realizar a venda prévia da
pluma em 2017 para entrega no segundo
semestre de 2018.
Na safra 2016/17, em números con-
solidados pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), o Brasil produziu
3,828milhões de toneladas de algodão em
caroço e 1,53 milhão de toneladas de plu-
ma, com crescimento de quase 18%, em
939 mil hectares. Os bons resultados im-
pulsionam a área da temporada 2017/18:
serão 1,05 milhão de hectares semea-
dos, com evolução de 11,9%. A produtiv-
idade deve cair 0,6%, de 4.076 para 4.053
quilos por hectare de algodão em caroço.
A produção tende a subir 11,1%, para até
4,257 milhões de toneladas, equivalente
a 1,703 milhão de toneladas em pluma. O
plantio começou emdezembro.
Moura está confiante em boa comer-
cialização em 2018, mas reconhece que a
maior oferta traz reflexos ao mercado. “De-
pende também do comportamento dos
estoques e da oferta e da demanda global,
bemcomo da economiamundial, mas a ex-
pectativa no atual cenário é boa”, resume.
Em 2017, o Brasil exportou 685 mil tonela-
das em pluma, com 63% destinadas à Ásia.
A partir de setembro houve um incovenien-
te: os embarques passaram a atrasar até 30
dias. Faltaram contêineres. “Foi pela queda
das importações nacionais. Mas ameniza-
mos usando portos como o de Salvador, na
Bahia. Em 2018, a previsão é de que o Bra-
sil importarámais produtos, e assimhaverá
contêineres suficientes”, frisa.
O Brasil deve ter disponibilidade interna
de 2,1 milhões de toneladas, para um con-
sumo previsto de 720 mil toneladas, 4,3%
maior do que no ano anterior, segundo da-
dos da Conab. O excedente é estimado em
1,38 milhão de toneladas. A exportação
deve somar 960 mil toneladas, elevando
os estoques no início de 2019 amais de 400
mil toneladas. A exportação tem sustenta-
do preços remuneradores. Por isso, preo-
cupam os excedentes, que podem limitar o
avanço da renda setorial, segundo relatório
doCentrodeEstudos Avançados emEcono-
mia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Uni-
versidade de São Paulo (USP).
l
CENÁRIO INTERNACIONAL
No cenário internacional, a safra 2017/18 é projetada em 26,1
milhões de toneladas, 12,6%amais do que no ano anterior, confor-
me o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Chi-
na, Índia e Estados Unidos aumentaram a colheita. Em dois anos, a
produção salta 5,2 milhões de toneladas, ou 24,8%. Enquanto isso,
o consumomundial é previsto em26,05milhões de toneladas, com
avanço de 4,2%. É o maior desde o ciclo 2007/08.
Os grandes países consumidores têm elevado o consumo, pela
melhora na economia. Em cinco anos, o consumo mundial cresceu
8,7%. Apesar de a produção estar acima da demanda, a relação es-
toque final/consumo deve reduzir-se a 73,6% (no período 2014/15,
era de 100%), segundo o relatório. A China detinha 60% dos esto-
ques e agora tem 45%. Suas disponibilidades são suficientes para
um ano da demanda interna, enquanto na fase 2014/15 eram sufi-
cientes para dois anos de consumo. Estes são argumentos que aju-
dam na perspectiva de preços firmes em 2018.
NASNUVENS •
ALLURING
Balançodeoferta edemandabrasileirade algodãoempluma (MIL T)
Safra
Estoque Produção Importação Suprimento Consumo Exportação Estoque
inicial
final
2014/15
438,5 1.562,8
2,1 2.003,4 820,0 834,3 349,1
2015/16
349,1 1.289,2
27,0 1.665,3 660,0 804,0 201,3
2016/17
201,3 1.529,5
40,0 1.770,8 690,0
685,0 395,8
2017/18
395,8 1.703,4
10,0 2.109,2 720,0 950,0 439,2
Fonte:Conab, janeirode2018.
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