favorável às exportações e facilitador do
ingresso do grão mais barato do Merco-
sul (em especial a partir do Paraguai)
manteve o mercado brasileiro ofertado,
as indústrias abastecidas e o varejo pres-
sionando por preços mais baixos. O con-
sumidor se deu bem, comprando cinco
quilos de arroz branco do Tipo 1 por R$
7,00 a R$ 11,00. A inflação quase neutrali-
zada se deve muito ao preço dos alimen-
tos, em especial aqueles da cesta básica,
como arroz e feijão.
O preço mínimo da política de garan-
tia do governo federal baseado em um
custo de produção dissociado da realida-
de do Sul do Brasil piorou as coisas. E os
preços do arroz em casca caíram 24% no
ano, do pico de R$ 51,00 em 2016 a me-
nos de R$ 37,00 em 2017. O custo de pro-
dução gaúcho é estimado em R$ 43,00 na
safra 2016/17 e no ciclo 2017/18 (a que-
da de preços dos insumos foi neutraliza-
da pelas altas da energia e do óleo diesel).
“Operamos o ano todo abaixo do
custo médio de produção, e em geral
a safra deu prejuízo”, explica Guinter
Frantz, presidente do Instituto Rio Gran-
dense do Arroz (Irga). Para Sérgio Rober-
to Gomes dos Santos Júnior, analista da
Companhia Nacional de Abastecimen-
to (Conab), a safra mais enxuta no perí-
odo 2017/18, a retomada da economia
com aumento de consumo, a elevação
das cotações mundiais, o preço mínimo
ajustado acima de R$ 36,00 e a compe-
titividade para exportar no primeiro se-
mestre podem estabelecer um ano mais
favorável à cultura. Em especial no se-
gundo semestre.
Élcio Bento, analista da consultoria
Safras & Mercado, destaca que a relação
do Brasil e do Mercosul no comércio in-
ternacional será um dos fatores deter-
minantes para o desempenho do setor
e dos preços em 2018. “Para a formação
de preços, a referência será a paridade
de importação com os países do Merco-
sul”, resume. Entre os arrozeiros, mo-
vimentos setoriais foram lançados em
busca de solução para os problemas da
cadeia produtiva.
l
MUNDO DO ARROZ
No cenário mundial do arroz, é esperado crescimento de 1,1% no
consumo, totalizando 503,5milhões de toneladas, conforme dados da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
O impulso poderá vir do consumo humano (+1,4%), atingindo 406mi-
lhões, comconsumo
per capita
subindopara53,9quilospor pessoana
safra 2017/18, diante dos 53,7 quilos por pessoa da temporada ante-
rior. Para o consumo animal, a redução está estimada em1,7%.
Aproduçãoglobaléestimadaem502,2milhõesdetoneladas,mos-
trando-seestável. Háexpectativade retraçãonacomercializaçãomun-
dial (-0,7%) e o estoque pode atingir 170,5 milhões de toneladas, com
alta de 1,1%. A relação estoque/consumo na etapa 2017/18 está prati-
camente estável, em33,5%.
DEGRÃOEMGRÃO •
GRADUALLY
Balançodeoferta edemandanacional de arroz emcasca (MIL T)
Safra
Estoque Produção Importação Suprimento Consumo Exportação Estoque
inicial
final
2014/15
868,2 12.448,6 503,3 13.820,1 11.495,1 1.362,1 962,9
2015/16
962,9 10.603,0 1.187,4 12.753,3 11.428,8 893,7 430,8
2016/17
430,8 12.327,8 1.000,0 13.758,6 11.500,0 800,0 1.458,6
2017/18
1.458,6 11.622,0 1.000,0 14.080,6 12.000,0 1.000,0 1.080,6
Fonte:Conab, janeirode2018.
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