taxa de crescimento do setor em 2017 foi
muito superior ao percentual do ano an-
terior, puxado pelo avanço da produção
de tilápia. “Já para os próximos anos, a
piscicultura deve apresentar altas supe-
riores a 15% ao ano”, projeta.
A produção de peixes, como no ano an-
terior, cresceunas regiões Norte (1,4%), Sul
(6,9%) e Sudeste (43,1%), conforme a pes-
quisa do IBGE. No entanto, diminuiu 7,8%
no Nordeste e 11,8% no Centro-Oeste. A
criação nordestina foi prejudicada pela es-
tiagem, que afetou o volume de água dos
reservatórios e outras atividades produti-
vas dependentes de recursos hídricos. A
aquicultura está presente em todos os 27
estados e em2.910municípios brasileiros.
O Estado de Rondônia, no Norte do
País, seguiu como o principal produtor de
peixes em 2016, com a despesca de 90,64
mil toneladas, 7,3% a mais do que no ano
anterior. O Paraná manteve-se na segun-
da posição, com 76,06 mil toneladas, 9,8%
acima do volume anual anterior. São Pau-
lo subiu para o terceiro lugar, produzindo
48,35mil toneladas, comalta de 47,5%, re-
sultado do maior investimento na ativida-
de eda entradade novos produtores no se-
tor. E a despesca foi de 40,41 mil toneladas
no Mato Grosso, que caiu para o quarto lu-
gar da lista, com recuo de 14,8%.
No Brasil são cultivados vários tipos de
peixes, com alguns dominando em volu-
me. A tilápia seguiu como a espécie mais
criada, com 239,09 mil toneladas despes-
cadas em 2016, quase a metade (47,1%)
do total da piscicultura. O volume da es-
pécie cresceu 9,3% em relação a 2015. O
tambaqui foi a segunda espécie mais pro-
duzida, equivalendo a 27% do total de
peixes em 2016. A despesca desse pei-
xe contabilizou 136,99 mil toneladas, alta
de 0,2%. O tambaqui é mais cultivado em
Rondônia, que respondeu por 50,8% do
total nacional e 63,7% do Norte.
Apesar de o Brasil produzir e importar
mais peixes, o consumo por parte do bra-
sileiro ainda é menor do que a média indi-
cada e consumida no mundo. O consumo
brasileiro é inferior a 10 quilos por habitan-
te ao ano, mesmo patamar mundial da dé-
cada de 1960, segundo dados da Organiza-
ção das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação (FAO). O consumo recomen-
dado pela FAOé de 12 quilos por pessoa ao
ano. A média mundial variou entre 20 qui-
los
per capita
de 2014 a 2017. “O volume
consumido está na faixa de 9 a 9,5 quilos
por habitante”, aponta FranciscoMedeiros,
presidente executivo da Peixe BR.
l
SEM LICENÇA
Em relatório divulgado em 2016, a FAO estimou que a pesca e a
aquicultura brasileira deveriam crescer 104% até 2025. “Esse desem-
penho vai ser possível se houver a liberação dos licenciamentos am-
bientais e a cessão de águas da União até o final de 2018”, relata Fran-
cisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR. Portanto, segundo
ele, para que o avanço ocorra, é preciso de licenciamento online auto
declaratório e da liberação imediata dos mais de 3.000 contratos de
cessão de águas públicas que estão parados na Secretaria de Pesca e
Aquicultura do governo federal.
Mesmo com todo o potencial de que dispõe para a criação de pei-
xes, o Brasil continua importandomuitomais pescados do que expor-
tando. A compra externa totalizou 402,924 mil toneladas e US$ 1,377
bilhãoem2017,enquantooenviochegoua40,882miltoneladaseUS$
246,005milhões, de acordo comdados do sistema Agrostat, do Minis-
tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Tem-se uma
diferençanegativademaisdeUS$1,2bilhãonoano”,reforçaMedeiros.
CARDÁPIOCOMPLETO •
FULLMENU
Volume e valorda produçãodos principais produtosda aquicultura
Produto
Produção Valor(1000R$) Percentual%
Total
-
4.607.533
100
Peixes (kg)
507.121.920 3.264.611
70,9
Camarões (kg)
52.118.709
888.933
19,3
Alevinos
(milhares)
1.134.219
265.884
5,8
Larvas e pós-larvas de camarões
(milheiros)
12.611.705
115.263
2,5
Ostras, vierias emexilhões (kg)
20.828.670
68.480
1,5
Outros animais
-
2.526
0,1
Sementesdeostras,vieirasemexilhões
(milheiros)
66.702
1.836
0,0
Fonte: IBGE,DiretoriadePesquisas,PesquisadaPecuáriaMunicipal2016.
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