Biomassa chegou a
representar 32% da evolução
da capacidade instalada
institucional”, acrescenta Souza.
Em 2014, as usinas a biomassa aumen-
taram em mais de 20% a geração para o
Sistema Interligado Nacional (Sin), em re-
lação ao ano anterior. Já 2013, o aumento
foi de 32% em relação a 2012. A geração
pela biomassa em geral cresceu em 2015,
mas em ritmo menor do que nos anos an-
teriores. De janeiro a dezembro, os dados
da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE) mostram que a bioeletrici-
dade gerou volume 9% superior para o Sin
do que em 2014. O acumulado de 2015
mostra que a biomassa gerou energia para
abastecer 11,7 milhões de residências.
O setor sucroenergético também au-
mentou a oferta de eletricidade ao Sin. De
2013 para 2014, o crescimento dos exce-
dentes fornecidos à rede foi de 21%. Já em
2015, a variação foi de 4%. A oferta de 20,2
TWh do setor sucroenergético em 2015 re-
presentou economia de 14% da água nos
reservatórios do submercado elétrico Su-
deste/Centro-oeste, pois a geração ocorre
na época de seca, período mais crítico do
setor elétrico. A energia renovável ofertada
evitou a emissão de 8,6 milhões toneladas
de CO2, volume que seria alcançado com o
cultivo de 60 milhões de árvores nativas ao
longo de 20 anos, segundo a Unica.
POTENCIAL
De 2004 a 2015, a bioele-
tricidade do bagaço de cana comercializou
120 projetos nos leilões, somando 1.622
MWmédios (14.209 GWh para entrega anu-
al). Porém, desde 2011, a fonte biomassa
não é convidada a participar. O foco tem
sido a energia solar, eólica e de pequenas
centrais hidrelétricas. Segundo a Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), em 2014 exis-
tiam 177 unidades sucroenergéticas, den-
tre 355 usinas, exportando excedentes de
bioeletricidade à rede, o que faz presumir
que a capacidade em número de empresas
pode dobrar com as usinas passando por
uma reforma (retrofit) para aproveitamen-
to pleno do bagaço e da palha.
O último Plano Decenal de Expansão de
Energia (PDE 2024) indica que o potencial
técnico de geração anual para a rede pela
biomassa da cana-de-açúcar pode alcançar
quase duas usinas do porte de Itaipu, geran-
do 165 TWh/ano até 2024. Se o País apro-
veitar o potencial técnico da bioeletricidade
da cana, segundo a EPE, somente esta fon-
te tem capacidade para representar 24% do
consumo nacional na rede até 2024.
Fique ligado
De acordo com dados da associação International Renewable Energy (Irena), o Brasil
desde 2014 já era o país commaior capacidade instalada de geração por meio de biomas-
sa, com15,3% do total mundial, à frente de países desenvolvidos, como EUA, com13,6%;
China, com 11,6%; Índia, com 6,2%; e Japão, com 5% do montante.
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