Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018 - page 36

Desafio nacional
é evoluir também
na tecnologia
para os frutos
de mesa
panorama
P a n o r a m a
Emtodasas
frentes
Lídermundial na produção e na exportaçãode suco
de laranja, oBrasil está no topo tambémdas pesquisas
e da aplicaçãode técnicas demanejo
A liderança brasileira na produção e na
exportação de suco de laranja não acon-
tece por acaso. É resultado de muitos in-
vestimentos, da vocação setorial e, igual-
mente, do nível da pesquisa desenvolvida
no País voltada a este cultivo. O País está
entre os três principais polos de produção
científica em suco de laranja, ao lado de
Estados Unidos e Espanha. “No
ranking
de
publicações, estamos em segundo lugar,
atrás apenas dos Estados Unidos, onde a
Flórida é nosso grande concorrente na in-
dústria de sucos”, diz o pesquisador Mar-
cos Antonio Machado, do Instituto Agro-
nômico de Campinas (IAC), da Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo, que dirige o Centro de Citri-
cultura Sylvio Moreira.
Na citricultura de mesa, onde o Bra-
sil não tem a mesma tradição, a meta é re-
cuperar terreno e o tempo perdido. A ex-
pansão é notória, mas se trata de área que
ainda recebe pouco aporte da pesquisa,
diante de sua gigantesca demanda. “Nes-
sa área, a Califórnia, nos Estados Unidos,
e a Espanha lideramo
ranking
”, considera.
Conforme Machado, a citricultura tem
questões complexas para serem resol-
vidas. A planta é perene, vive muito, fica
mais exposta a pragas e doenças, mas foi
desenvolvida em estreita base genética.
Quando há um problema, ele se expan-
de muito rápido. Focada em reduzir cus-
tos, aumentar a produção, a qualidade e a
competitividade comercial, e em minimi-
zar ou resolver questões fitossanitárias, a
pesquisa nacional enfrenta gargalos. En-
tre eles estão a reduzida proporção das
equipes de pesquisadores voltados para
a cultura e a necessidade de disputar re-
cursos para os projetos com outras áreas.
“A pesquisa citrícola, embora dinâmi-
ca, criativa e capaz de atender em alto ní-
vel às demandas setoriais, por sua restri-
ta dimensão, às vezes não consegue dar a
resposta no tempo que o produtor gostaria
ou de acordo com as muitas necessidades
do setor”, reconhece Machado. Apesar dis-
so, o Brasil está bem em comparação até
mesmo com os EUA, com mais equipes e
recursos. “Apesar dos problemas fitossani-
tários, adotamos métodos que fazem com
que nossa citricultura esteja sobreviven-
do, progredindo e sendo competitiva, en-
quanto nos Estados Unidos há forte retra-
ção ocasionada por doenças”, explica.
Entre os grandes desafios, além de re-
duzir o tempo entre o iníciode umtrabalho
e o momento em que seu resultado alcan-
ça a produção comercial, está a transferên-
cia de tecnologia. “Mas temos um pacote
tecnológico bem estabelecido para o con-
trole de pragas, irrigação, nutrição, produ-
ção de mudas em ambiente protegido e
manejo de doenças”, resume.
Inor Ag. Assmann
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