Anuário da Região Oeste da Bahia - page 75

Estudo sobre potencial
hídrico subterrâneo
do AquíferoUrucuia
gera expectativa de
significativa ampliação
da área irrigada no
Oeste da Bahia
A esperança de umusomais representativo de água para
irrigação no Oeste da Bahia repousa sob o subsolo do Cer-
rado. Uma formação geológica subterrânea, comgrandes la-
gos, que abrange seis estados do Nordeste, do Sudeste, do
Norte e do Centro-Oeste (Bahia, Minas Gerais, Tocantins,
Piauí, Maranhão e Goiás) e concentra cerca de 60% de seus
142 mil quilômetros quadrados no Oeste baiano, é alvo de
estudomais profundo que deverá determinar todo o seu po-
tencial. Também deverá ser avaliada a água disponível nos
rios da região (Grande e Corrente), formados a partir domes-
mo aquífero e que alimentamo Rio São Francisco.
O estudo, custeado pelo Programa
para o Desenvolvimento da Agropecuá-
ria (Prodeagro), dos produtores da região,
com a integração de vários organismos,
iniciou-se em 2017 e deverá ser concluí-
dono final de 2018 ouno começode 2019.
Envolve pesquisadores das Universidades
Federal de Viçosa (UFV), deMinas Gerais, e
de Nebraska, Estados Unidos, referência
mundial no setor. Envolve a Associação
de Agricultores e Irrigantes daBahia (Aiba), bemcomooSindi-
cato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães (SPR-
LEM) e, ainda, secretarias estaduais (de Agricultura, Meio Am-
biente e InfraestruturaHídrica).
Celestino Zanella, presidente da Aiba e do Prodeagro,
confia na segurança que o ambicioso trabalho deverá ofe-
recer aos empreendedores regionais, para aproveitar todo
o potencial de água disponível sem afetar a sustentabilida-
de. Geraldo Reis, na apresentação do projeto, emmarço, na
Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e no Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), valorizou “o estudo
técnico-científico, para embasar uma discussão consciente
sobre o tema”. Enquanto Carminha Missio, do sindicato de
Luís Eduardo, manifestou certeza de que “a pesquisa, feita
por quemmais entende do assunto, vai comprovar o poten-
cial hídrico do Oeste da Bahia e, assim, permitir o bom uso,
semprejudicar omeio ambiente”.
Diretor de irrigação da Aiba, José Cisino, reforça e susten-
ta a grande esperançado setor no estudo, demaneira a confir-
mar evidências já existentes epermitir aumentoda área irriga-
da no Oeste baiano. Segundo ele, as águas superficiais estão
em nível de exploração bastante saturado onde há estrutura
melhor consolidada e o uso do aquífero é feito de forma mui-
Para ter base
Conformeestáexpressonoprojetooficial
daAiba,oobjetivogeraldoestudoéadotar
metodologiasquepermitamestimativas
confiáveisacercadocomportamentofísicodas
águassuperficiaisesubterrâneas.Também
deverãoserdeterminadosobalançodecarbono
dosoloeataxaderecargadoaquíferoassociada
àsmudançasnousodesolodesde1990.São
destacadosváriosmétodosconservacionistas
quejávêmsendoutilizadospelosprodutores
daregião,comobaciasdecontenção,curvasde
nível,plantiodireto,prevençãodeincêndiose
preservaçãodemataciliar,veredasenascentes.
Regiãoconcentra
emtornode 60%
dasreservas
da formação
geológica
to limitada, pelas regrasestabelecidasatéomomento, emque
aindanãoháumestudomais amplo eprofundo. “Apartir des-
te trabalho, esperamosmelhorar a situação existente, porque,
pelo conhecimento que já temos, há muita água neste reser-
vatório e o estudo deverá comprovar isso”, avalia Cisino.
Ele menciona proposta do Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento (Mapa) de ampliar a área irrigada no
País, de pouco mais de 6 milhões para 10 milhões de hecta-
res, onde está contemplada a participaçãodoOeste daBahia
com expansão de 300 mil hectares irrigados, uma vez confir-
mada a disponibilidade hídrica. Hoje, o cultivo agrícola irri-
gado da região abrange cerca de 140mil hectares, nas maio-
res culturas, como algodão e milho, bem como na principal,
a soja, enquanto toda a área de café utiliza esse recurso es-
sencial na região.
73
sob o solo
Esperança
1...,65,66,67,68,69,70,71,72,73,74 76,77,78,79,80,81,82,83,84,85,...100
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