Production
produção
COLHENDO
o futuro
O setor de sementes e mudas do Brasil abastece, quase na totalidade, os demais
segmentos da produção agropecuária nacional. Na safra 2014/15, a soma da produ-
ção de 18 espécies agrícolas foi de 3,214 milhões de toneladas, superior às 2,708 mi-
lhões de toneladas ofertadas no período anterior, de acordo com a Associação Brasilei-
ra de Sementes e Mudas (Abrasem). Deste total, quase 2 milhões de toneladas são só de
sementes de soja. Depois da oleaginosa, as semente mais produzidas foram de trigo e de
milho, com 436 mil toneladas e 370 mil toneladas, respectivamente.
Para a safra de sementes 2015/16, a Abrasem previa novo salto, com colheita de até 4 mi-
lhões de toneladas. A demanda por sementes deve crescer no País nos próximos anos. Basta
considerar que a previsão é de que a produção de grãos chegue a cerca de 255,3 milhões de
toneladas no ciclo 2025/26, acréscimo de 30%, ou de 58,8 milhões de toneladas. Esse avanço é
estimado pelo estudo "Brasil – Projeções do Agronegócio 2015/16 a 2025/26", do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Os números de produção de sementes não estão sistematizados no Brasil. Os dados informados
pela Abrasem são o volume esperado por cada produtor no momento da inscrição dos campos de
sementes (cerca de 30 a 45 dias após a semeadura). "Ou seja, são dados apenas aproximados", escla-
rece André Felipe Carrapatoso Peralta da Silva, diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos
Agrícolas (DFIA), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Mapa.
Conforme o diretor, ao longo do ano, cada produtor vai informando as quantidades produzidas e co-
mercializadas. Porém, são relatórios em papel. A exceção ocorre no Rio Grande do Sul, onde a Associa-
ção dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul) possui dados re-
ais num sistema disponibilizado pela associação. "Para 2017 está prevista a entrada em operação do módulo
de produção e comercialização do Sistema de Gestão e Fiscalização (Sigef ) do Mapa. Aí teremos dados reais
da quantidade de sementes comercializadas, por cultivar e por município", relata.
Produçãodesementes
de18espécieschegoua
3,2milhõesdetoneladas
nasafra2014/15, contra
2,7milhõesdetoneladas
docicloanterior
Movimento
A indústria sementeira movimentou cerca de R$ 10 bilhões em 2015, de acordo com a Abrasem. As sementes de soja
e de milho contribuíram, cada uma, com 37% do valor, ou seja, 74%. A participação das demais espécies foi de 11% em
forrageiras, 6% em hortaliças, 3% em trigo, 2% em arroz, 2% em feijão, 2% em algodão e 1% em sorgo. Grande parte das
sementes produzidas no Brasil é comercializada no mercado interno. A receita obtida com a exportação de sementes de
algumas espécies, como milho e forrageira tropical, é considerada pouco expressiva por fontes do setor.
A exportação de várias espécies de sementes produzidas no Brasil totalizou US$ 147,902 milhões em 2015, de acordo com
dados compilados no sistema Agrostat, do Mapa. Em 2014, o valor foi de US$ 171,576 milhões, US$ 23,6 milhões maior do que
o do ano seguinte. Em 2016, de janeiro a julho, as vendas externas somavam US$ 74,102 milhões.
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Sílvio Ávila