Anuário Brasileiro de Sementes 2016 - page 16-17

Sílvio Ávila
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Para
Lá fora
O mercado internacional é apontado
como um dos caminhos que pode levar
ao crescimento do setor sementeiro,
além do consumo interno. "O mercado
externo sinaliza muito positivamente, pela
ampla oferta de ambientes favoráveis
à produção de sementes e ao fato de
estarmos no hemisfério sul", destaca
o engenheiro agrônomo Rui Colvara
Rosinha, doutor em Ciências Econômicas
e Empresariais, na Espanha, com mais de
50 anos de atuação no setor.
Conforme Rui Rosinha, os desafios do
setor sementeiro no momento estão
na concentração da produção, na
verticalização e no domínio da tecnologia
por grupos transnacionais. "Esse cenário
tem como origem a Lei de Proteção de
Cultivares. O mercado, que era quase
perfeito, passa pelo viés do controle
de grupos de interesse com resultados
imprevisíveis", explica. A Embrapa teria
perdido o protagonismo no fornecimento
de genética para o setor, favorecendo a
construção desse cenário. "Somente o
tempo dirá se ganhamos, efetivamente,
ou se perdemos. As visões de curto prazo,
muitas vezes distorcidas, podem levar a
grades perdas no futuro", sintetiza.
“A meu ver, existem dois caminhos para
o setor sementeiro do Brasil crescer. Um é o
mercado internacional, pela ampla oferta de
nos do que os US$ 143,912 milhões registra-
dos no ano anterior. A importação de US$
71,979 milhões de sementes hortícolas re-
presentou quase 60% do valor total impor-
tado em 2015. De janeiro a julho de 2016,
a aquisição externa total de sementes foi de
US$ 79,143 milhões, significando saldo ne-
gativo de 5,04 milhões em relação aos mes-
mos meses do ano anterior. Os saldos foram
positivos em 2014 (US$ 27,664 milhões) e
em 2015 (US$ 25,192 milhões).
Os subsetores de sementes exportadas e
importadas divide-se em quatro grupos de
produtos: demais sementes, sementes de
cereais, sementes de hortícolas, legumino-
sas, raízes e tubérculos; e sementes de ole-
aginosas para semeadura. As sementes de
milho e de forrageira tropical são as mais
representativas nas transações internacio-
nais. Enquanto isso, as sementes hortícolas
destacam-se nas importações.
Os embarques de sementes de milho al-
cançaramUS$ 71,37 milhões em 2015, com
aumento de US$ 15,425 milhões em com-
paração com o valor do ano anterior. As
vendas externas já totalizavam US$ 34,327
milhões no acumulado de janeiro a julho
de 2016. Em 2015, a Venezuela e o Para-
guai importaram os maiores valores, de
US$ 21,407 milhões e US$ 18,39 milhões,
respectivamente. As participações seguintes
foram de Estados Unidos, com US$ 12,356
milhões; Colômbia, com US$ 6,56 milhões;
e Equador, com US$ 4,358 milhões.
Em 2015, os estados brasileiros respon-
sáveis pelos maiores valores negociados
com semente de milho foram Goiás (US$
28,621 milhões), Minas Gerais (US$ 16,619
milhões), São Paulo (US$ 15,278 milhões)
e Paraná (US$ 8,727 milhões). Os minei-
ros são os grandes produtores de sementes
de milho do Brasil, contribuindo com 40%
a mais de 50% do volume nacional, depen-
dendo da fonte consultada. Goiás é o segun-
do maior produtor do insumo.
A exportação brasileira
de várias sementes
rendeu 147,902 milhões
em 2015, com recuo
em relação ao ano
anterior, mas abertura
de NOVOS mercados
ambientes favoráveis à produção de semen-
tes e pelo fato de o País estar no hemisfério
sul. Outro, o mercado interno, pelo aumen-
to da qualidade da semente ofertada, asso-
ciada a incentivos ou campanhas de esclare-
cimento aos usuários”. Essa é a avaliação do
agrônomo Rui Colvara Rosinha, doutor em
Ciências Econômicas e Empresariais, que
atua no setor há mais de 50 anos. Acrescenta
que “está mais do que provado que semente
de qualidade, além de seus atributos genéti-
cos, é fator de produtividade”.
Em 2015, a exportação de várias espé-
cies de sementes produzidas no Brasil tota-
lizou US$ 147,902 milhões, de acordo com
dados compilados no sistema Agrostat do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento (Mapa). Em 2014, o valor fora de
US$ 171,576 milhões, superando, assim, o
do ano seguinte em US$ 23,6 milhões. As
vendas externas somavam US$ 74,102 mi-
lhões de janeiro a julho de 2016.
Por outro lado, o País importou em se-
mentes US$ 122,709 milhões em 2015, me-
NEGÓCIOS EXTERNOS
Foreign businesses
O comércio de sementes entre o Brasil e o mundo
2014
2015
2016*
Valor (US$)
Peso (kg)
Valor (US$)
Peso (kg)
Valor (US$)
Peso (kg)
Exportação
171.576.531 46.728.807 147.902.092 38.073.560
74.102.999 22.755.208
Importação
143.912.478 18.885.009 122.709.116 14.924.124
79.143.834 14.533.030
Saldo
27.664.053 27.843.798 25.192.976 23.149.436
- 5.040.835 8.222.178
Fonte:
Agrostat/Mapa, sementes (demais sementes, sementes de cereais, sementes de hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos e sementes de oleaginosas
para semeadura) – * Janeiro a julho 2016.
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