Robispierre Giuliani
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Até o momento, o Brasil atua sozinho no
mercado internacional de sementes de for-
rageiras tropicais. Não enfrenta a concorrên-
cia de nenhum outro país no segmento. "Se
algum país exportasse estas sementes, esta-
ríamos fora, pelo alto custo de produção",
destaca o agrônomo Adrian Belleggia, ge-
rente da LatinSem Comércio, Importação e
Exportação de Sementes Ltda., de São Pau-
lo (SP). Assim, o Brasil se posiciona como
maior exportador mundial do insumo, além
de maior produtor e consumidor.
A quantidade exportada era inferior a 6
mil toneladas até 2005. A partir daquele ano,
as empresas começaram a se profissionalizar
para atender às exigências fitossanitárias dos
importadores. "Com isso, muitas empresas
que não tinham tecnologia ou não se adap-
taram saíram do mercado, mas o consumo
de sementes aumentou", relata.
Conforme Belleggia, o Brasil poderia
exportar o dobro das 8,551 mil toneladas
de sementes de forrageiras embarcadas
em 2015. "O grande problema brasileiro é
o custo. Exportar no Brasil é uma luta eco-
nômica e de paciência, com fretes e portos
caríssimos, ineficientes e abusivos", frisa.
Além disso, se o preço da semente aumen-
ta, os importadores diminuem a compra.
Em 2016, o valor do produto teve alta de
300%, por motivos climáticos.
"O potencial do Brasil neste segmen-
to é enorme", enfatiza. Países como o Mé-
xico, que importou mais de 900 tonela-
das em 2015, têm condições de adquirir
2 mil toneladas. Neste país, o que dificul-
ta as vendas é uma barreira fitossanitária,
que na realidade é comercial. Já a Colôm-
bia poderia demandar 2,5 mil toneladas
por ano. Em outra frente, conforme Bel-
leggia, em função do processo de "paz"
que está sendo assinado, os bolivianos
não querem plantar, com receio de que
as terras sejam estatizadas pelo governo.
O volume de forrageiras
A exportação de sementes de forrageiras tropicais também tem
contribuído para o saldo positivo da balança comercial do setor
sementeiro. Em 2015, conforme os números do sistema Agrostat/
Mapa, o envio de 8,551 mil toneladas de sementes rendeu US$
47,081 milhões. Em relação a 2014, o valor diminuiu US$ 28,041
milhões, com volume semelhante, de 8,618 mil toneladas. De
janeiro a julho de 2016, os embarques totalizaram 5,461 mil
toneladas e US$ 25,182 milhões, pela ordem. O Estado que
registrou os maiores resultados foi São Paulo, com receita de US$
31 milhões e embarque de 5,653 mil toneladas.
The volume of forage crops
Exports of tropical forage seeds have also contributed towards
the positive balance of trade of the seed sector. In 2015,
according to the numbers released by the Agrostat/Mapa
System, the shipment of 8.551 thousand tons of seeds brought
in revenue of US$ 47.081 million. It was down US$ 28.041 million
from 2014, with similar volumes of 8.618 thousand tons. January
through July 2016, shipments totaled 5.461 thousand tons and
US$ 25.182 million, in that order. The State that registered the
biggest results was São Paulo, with revenue of US$ 31 million
and shipments of 5.653 thousand tons.
Up to the present time, Brazil has been the
only country that operates in the international
market with tropical forage seed. The segment
faces no competition from any other country.
“If another country exported this type of seed,
we would be out of the business due to the
high production costs”, says agronomist Adri-
an Belleggia, manager at LatinSem Trade, Im-
ports and Exports of Seeds Ltd., based in São
Paulo (SP). Therefore, Brazil is the biggest
global exporter of this input, and equally the
biggest producer and consumer.
Amounts exported were running below
6 thousand tons until 2005. From that year
onward, companies started operating pro-
fessionally in order to comply with the phy-
tosanitary requirements of the importers.
“In view of this, companies that lacked tech-
nology or did not keep pace with the mar-
ket, got out of the business, but seed con-
sumption continued soaring”, he recalls.
According to Belleggia, Brazil could ex-
port twice as many as the 8.551 thousand
tons of forage seed shipped abroad in 2015.
“Brazil’s big problem is the production cost.
In Brazil, exports mean an economic fight that
requires patience, with very expensive freight
costs, not to mention the inefficient and abu-
sive port tariffs”, he affirms. Furthermore, if
seed prices soar, most importers reduce their
purchases. In 2016, prices went up by 300%,
because of unfavorable weather conditions.
“Brazil’s potential in this segment
is enormous”, he notes. Countries like
Mexico, which imported 900 tons in
2015, have every condition to acquire 2
thousand tons. Sales to this country are
affected by a strict phytosanitary barrier,
which is in fact a trade barrier. Colombia,
in turn, could acquire 2.5 thousand tons a
year, but, according to Belleggia, by virtue
of the “peace treaty” now being debated,
farmers in Bolivia are not inclined to sow
forage seed, as they fear the government
may take over their productive land.
Brasil exporta mais
de 8 mil toneladas de
sementes forrageiras
tropicais ao ano, mas
poderia embarcar o
dobro se o custo para
produzir diminuísse
Brazil exports more than 8 thousand
tons of tropical forage seed a year,
but could ship abroad twice as much
if production costs were lower
O dono do
pedaço
Theowner
has it all
EMBARQUES
Shipments
Exportação de sementes
forrageiras, para semeadura
* Janeiro a julho de 2016.
Fonte:
Agrostat/Mapa.
Ano
valor (US$) peso (kg)
2011
79.172.195 8.215.305
2012
81.127.062 8.170.753
2013
67.981.545 7.387.020
2014
75.122.993 8.618.384
2015
47.081.000 8.551.027
2016*
25.182.701 5.461.779
COMPRADORES
Buyers
Principais países importadores de sementes forrageiras, para semeadura
* De janeiro a julho de 2016. –
Fonte:
Agrostat/Mapa.
2014
2015
2016*
Países
Valor (US$)
Peso (kg)
Valor (US$)
Peso (kg)
Valor (US$)
Peso (kg)
Venezuela
30.485.447
1.748.464
7.512.191
658.748
–
–
Colômbia
9.550.564
1.283.156
8.234.028
1.503.901
6.848.804
1.434.710
Panamá
4.739.836
650.049
3.997.754
626.211
2.382.014
473.590
México
4.310.911
619.750
5.143.981
942.316
4.058.938
906.555
Paraguai
4.195.544
887.320
3.412.499
1.001.383
548.849
203.982
Nicarágua
3.981.797
504.909
3.046.759
440.711
3.578.862
642.480
Guatemala
3.439.957
484.218
2.094.287
284.177
1.448.875
287.475
Bolívia
3.374.319
871.386
4.463.118
1.579.140
1.045.112
368.254
Sub-total (oito países)
64.078.375
7.049.252
37.904.617
7.036.587
19.911.454
4.317.046
Total
75.122.993
8.618.384
47.081.000
8.551.027
25.182.701
5.461.779
